O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio deve começar na próxima segunda (27) a analisar uma nova rodada de contribuições à Base Nacional Curricular Comum do Ensino Médio. Segundo o coordenador-geral de Ensino Médio do Ministério da Educação (MEC), Wisley João Pereira, o governo trabalha com a expectativa de enviar a base ao Conselho Nacional de Educação (CNE) até o fim do ano. Pereira participou hoje (23) do seminário Os Desafios do Ensino Médio, na Fundação Getulio Vargas (FGV), e destacou que essa nova etapa de análises será feita com base na reforma do ensino médio, sancionada em fevereiro pelo presidente Michel Temer. Proposta como medida provisória pelo governo em 2016, a reforma já tinha força de lei desde setembro, mas ainda depende da definição da base curricular para ser implementada. ”A Base Nacional Curricular do Ensino Médio, podemos dizer, estava em um estacionamento, esperando a definição da reforma do ensino médio, porque muito disso impactaria em como seria o processo de análise das contribuições”, disse Pereira, explicando que as bases curriculares da educação infantil e do ensino fundamental já foram enviadas ao CNE. Segundo Pereira, o texto inicial recebeu cerca de 12 milhões de contribuições e retornou para o governo, para, então, ser enviado aos 27 comitês estaduais. A discussão agora volta ao MEC, e o resultado dela vai exigir mudanças na formação inicial e continuada de professores e nas avaliações do ministério e dos estados sobre os resultados da educação. Pereira também prevê que o material didático passe por um processo de revisão. A Base Nacional Curricular Comum deve ocupar 60% da carga horária do ensino médio, segundo a reforma. Os 40% restantes serão preenchidos pelos chamados itinerários formativos, em que o estudante poderá escolher entre cinco áreas de estudo: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. As mudanças com a reforma do ensino médio devem levar o Conselho Nacional de Educação a ajustar 11 resoluções, disse o presidente do órgão, Eduardo Deschamps, que também vê a necessidade de adaptar regulamentações e normas infralegais. Para Deschamps, que também é secretário de Educação de Santa Catarina, a formação dos professores será um dos maiores desafios. ”A questão da formação dos professores é chave. A gente vai precisar trabalhar com um professor que consiga ter um conceito de integração de conteúdos, de conceitos e ideias, com metodologia baseada em projetos”, disse Deschamps. Ele explicou que serão necessárias ações de curto, médio e longo prazo para adequar a formação dos docentes. Leia na íntegra