O PMDB, partido do presidente Michel Temer, usou seu perfil oficial na rede social Facebook para divulgar uma campanha na qual condiciona a continuação do Bolsa Família e outros programas sociais à aprovação da reforma da Previdência, projeto parlamentar prioritário do Governo. A imagem tem uma cidade em ruínas ao fundo com os dizeres ”Se a reforma da Previdência não sair, tchau Bolsa Família, adeus Fies, sem novas estradas (sic) acabam os programas sociais”. O Governo defende a reforma da Previdência como condição primeira para equilibrar as contas públicas. Especialistas também afirmam que são necessárias mudanças para mitigar o rombo, mas há críticas de economistas também ao formato proposto, que sofre dura resistência de centrais sindicais. O post que acompanha a foto diz ainda: ”Um país sem o investimento mínimo necessário em saneamento básico; sem melhorias em estradas, portos e aeroportos e com cortes nos programas sociais fundamentais. Para evitar que este seja o cenário do Brasil no futuro, é necessário reformar a Previdência, que hoje está em crise e ameaça as melhorias que o país tanto precisa”. A campanha em tom de ameaça destoa das promessas de Temer. Desde que assumiu a presidência após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), o presidente sempre afirmou que não iria acabar com os programas sociais. Os petistas chegaram a dizer que caso Rousseff fosse afastada o Bolsa Família seria eliminado – argumento que também foi utilizado contra o tucano Aécio Neves na campanha presidencial de 2014. Para enfrentar as acusações, o presidente reajustou o valor do benefício acima da inflação. ”Portanto, reafirmo: vamos manter os programas sociais. O Bolsa Família, Pronatec, Fies, Minha Casa Minha Vida e muitos outros deram certo e terão sua gestão aprimorada. Não temos que destruir o que foi feito pelos outros governos. Pelo contrário, devemos prestigiar aquilo que deu certo”, disse ainda como presidente interino em maio do ano passado. O Planalto quer levar o texto da reforma da Previdência para votação na Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre do ano. A principal crítica ao projeto em tramitação é que ele dificulta o acesso ao benefício ao aumentar as exigências como o tempo de contribuição, além de reduzir os valores pagos aos aposentados e flexibilizar rendas destinadas a deficientes físicos, hoje vinculados ao valor do salário mínimo.