Ex-presidente da Petrobras, o baiano José Sérgio Gabrielli foi ouvido como testemunha de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta segunda-feira (13). Ao longo do depoimento, a defesa de Lula interrompeu um questionamento feito pelo juiz Sérgio Moro para declarar que o magistrado fazia ”perguntas de um inquisidor, e não as perguntas de um juiz”. De acordo com informações do G1 Paraná, a discussão aconteceu quando Moro questionou Gabrielli sobre o motivo da substituição de Nestor Cerveró por Jorge Zelada – ambos já condenados na Operação Lava Jato – na diretoria internacional da Petrobras, em 2008. O ex-presidente da estatal justificou que a decisão foi tomada pelo Conselho Administrativo, a partir de uma solicitação de representantes do governo, mas que antes disso, uma reestruturação do governo já estava sendo pensada pela empresa. Segundo Gabrielli, o conselho não discute questões partidárias e a indicação do PMDB só foi conhecida por ele através da imprensa. Nesse momento, Moro quis saber se Gabrielli não se indignou quanto à mudança da diretoria e foi aí que a equipe de defesa interrompeu o juiz na tentativa de limitar as perguntas. Em resposta, Moro afirmou que não induzia a testemunha, apenas fazia perguntas e prosseguiu com o depoimento. No processo, o Ministério Público Federal (MPF) acusa Lula de receber R$ 3,7 milhões em propina da OAS. A ação penal da Operação Lava Jato envolve o caso do tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. O depoimento de Gabrielli abordou também a construção da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, a qual ele esclareceu ter sido realizada a partir de decisões técnicas e econômicas. O baiano ainda ressaltou que suas conversas com Lula foram ”sempre no plano da importância da Petrobras para o Brasil”, no sentido de “ter a melhor gestão possível para alcançar os objetivos definidos”.