O ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão ao presidente Michel Temer nesta sexta-feira (18/11), que logo convidou o deputado Roberto Freire (PPS-SP) para comandar a pasta. Temer agiu rápido, na tentativa de não alimentar nova agenda negativa para o governo. Segundo o blog da Coluna do Estadão, uma das razões que motivaram a saída de Calero foi o impasse em torno do projeto, aprovado no Senado na semana passada, que dá à vaquejada status de manifestações da cultura nacional e os eleva à condição de patrimônio cultural imaterial do Brasil. Com um relatório do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) em mãos, o ministro chegou a pedir ao presidente Michel Temer que vetasse a lei. Encontrou obstáculos de ministros próximos ao presidente, inclusive Geddel Vieira Lima, de Governo, e outros que defendem ainda que Temer faça um evento grandioso para sancioná-la já que o tema teve muita repercussão com a manifestação de vaqueiros em Brasília. Freire é presidente nacional do PPS e ficou surpreso com o convite, feito à noite. ”Vou analisar o que Calero fez e dar continuidade ao trabalho. O governo Temer é de ponderação, de diálogo, não acirra conflito”, afirmou Freire ao Estado. A carta de demissão de Calero foi entregue a Temer na noite de quinta-feira, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente pediu que ele reconsiderasse a decisão. No fim da tarde de ontem, porém, o então ministro ligou para Temer e disse que deixaria mesmo o Ministério.