Não prevaleceu a intervenção do governador Rui Costa (PT) para tentar unir em Jaguaquara adversários diretos das últimas eleições municipais, o prefeito Giuliano Martinelli (PP) e o empresário Ricardo Leal – Lealdade, líder do PT local, que perdeu o pleito para Martinelli em 2012 numa das disputas sucessórias mais emblemáticas da história política do município, por uma diferença de 600 votos. Após repercussão na cidade de nota publicada no Blog Marcos Frahm [relembre], revelando encontro ocorrido na quinta-feira (28/7) em Salvador, promovido pelo governador, que colocou frente a frente os dois políticos, os bastidores da política ferveram nas últimas horas. No encontro, que reuniu Rui, Giuliano, Ricardo, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PSL), e o Secretário de Relações Institucionais do Estado, Josias Gomes, foi proposta a alternativa para composição de chapa com Giuliano Martinelli liderando a majoritária como candidato a prefeito e Vanusa Leal na condição de vice pelo PTB, o que provocou reações contrárias e favoráveis entre seguidores das duas lideranças, mas vista por muitos como uma possível aliança de musculatura política. O grande impasse seria a escolha feita anteriormente por Martinelli do nome do agropecuarista e comerciante Nilton Santiago – Zuca do PR para ocupar a vaga de vice. No entanto, assessores de Giuliano utilizaram o aplicativo para Whatsapp para negar a tentativa de aliança, publicando nota em grupos com afirmação de o prefeito não voltaria atrás da decisão e que Zuca será mesmo o candidato a vice. Já Ricardo, em contato com a redação do BMF na manhã deste sábado (30/7), tendo declaradamente admitido que foi ao encontro com Giuliano pelo convite irrefutável feito por Rui, por ser seu amigo pessoal. ”Tenho uma relação muito particular com Rui, somos amigos muito além da política, e a sua intenção era unir forças por Jaguaquara, que merece avanços, e discutimos muito sobre a nossa cidade, que em breve receberá benefícios através de sua excelente administração estadual, que ten encantado a todos os baianos. Na política, as vezes, é preciso recuar um passo, para avançar uma légua posteriormente. Eu já decidi, com a minha família, com a minha esposa Vanusa, que apesar de ter seu nome lembrado, não será candidata e que estarei afastado da questão político-eleitoral neste ano, mas desejo que a disputa política seja pautada pela decência, que envolva a sociedade democrática com projetos que possam representar o compromisso com o desenvolvimento do nosso município”, justificou Ricardo, tendo descartado apoio a Giuliano, que enfrentará o ex-prefeito Osvaldo Cruz (PSB), com quem Lealdade também diz não haver possibilidade de aliar-se, e concluiu afirmando que não participará da sucessão ”nem como apoiador”. Já o prefeito, sobre a mensagem de texto publicada no WhatsApp pelos seus assessores, procurando acalmar os ânimos de membros do grupo, e que teria causado mal-estar em simpatizantes de Ricardo, diz não ter tido o seu aval, e que não teria autorizado nenhuma publicação relacionada. Num trecho do texto, os seguidores de Giuliano dizem que: ”se houve tentativa de negociação ou não, certeza não foi por parte de Juliano [Giuliano] escolheu para ser seu vice, nosso amigo Zuca Bazuka. O que tô achando é que todo mundo agora quer pegar uma ponta nas costas de Juliano [Giuliano[. Ninguém quer ficar em time que perde. #Quem bota é nós! Vejo o povo querendo distorcer contextos para tentar promover uns e outros. Sem chance. Não adianta apelar”, diz a nota.