O juiz federal Sergio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato, se manifestou sobre as críticas que recebeu com relação a sua decisão que levou à condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor na sexta (4). Por meio de nota divulgada neste sábado (5), o magistrado afirmou que a medida não significa uma ”antecipação” de culpa do petista. Em cinco linhas, Moro afirmou que sua decisão acatou uma série de pedidos do Ministério Público Federal para realizar a Operação Aletheia (24ª fase da Lava Jato), que investiga a relação entre Lula e empreiteiras acusadas de ligação com o esquema de desvios da Petrobras. Entre as solicitações da Procuradoria estava a condução coercitiva do ex-presidente, ou seja, forçá-lo a acompanhar a autoridade policial para prestar esclarecimento em um lugar determinado –no caso, o depoimento ocorreu numa sala do aeroporto de Congonhas. ”Essas medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-presidente”, afirmou o juiz. “Cuidados foram tomados para preservar, durante a diligência, a imagem do ex-presidente”, ressaltou. O governo, segundo a Folha, avaliou que esta manifestação é um ”indicativo” de que o próprio juiz avalia, após o episódio, que ”errou na mão” e tomou uma decisão “sem fundamento jurídico” e ”totalmente arbitrária”. Em raras ocasiões o juiz Sergio Moro se manifestou nominalmente a respeito do desenvolvimento da operação; quase sempre, suas declarações vêm de autos e ofícios, e não de notas.