Os professores da rede municipal de ensino de Nazaré, no Recôncavo Baiano, tiveram uma surpresa nada agradável ao observar seus contracheques do mês de janeiro deste ano. Aparentemente sem explicação, viram seus salários reduzidos. Para alguns, os cortes chegaram a 50% dos seus vencimentos. A redução provocou revolta nos profissionais de ensino da cidade, que iniciaram uma queda de braço com a prefeitura na tentativa de reaver o dinheiro perdido para a tesourada em seus salários. De acordo com a diretora-delegada do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-Sindicato) – Delegacia Vale do Jaguaripe, que responde por Nazaré -, Joselene Nazaré, os cortes foram feitos ”de forma unilateral”. ”A prefeitura alegou que enviou um comunicado aos professores sobre a redução, mas todos os professores estão cientes de que não receberam nada. Os servidores foram surpreendidos até com redução do salário-base, algumas pessoas perderam até R$ 1,2 mil”, relatou em entrevista ao site Bahia Notícias. Joselene informou que a comissão formada pela prefeitura para fazer uma auditoria nos salários da Educação tinha apenas secretários da atual gestão, sem a presença de representantes da categoria. ”Segundo eles, estavam fazendo uma correção. Este pagamento era o piso do professor. Ele disse que os professores do Fundamental II estavam com um piso muito alto” explicou. Na sua avaliação, ”esta comissão é inválida”. ”Ele não podia formar um grupo só com secretários da prefeitura. A comissão não tinha ninguém de fora. Essa auditoria só constava os secretários da prefeitura”, reclamou. Sem resolução amigável, o imbróglio vai parar na Justiça: a APLB prepara uma representação no Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra o prefeito Milton Rabelo de Almeida Júnior, o Miltinho. ”O nosso advogado vai fazer um parecer por improbidade administrativa, contra esta atitude arbitrária do prefeito”, declarou. Em protesto contra a redução, os professores não participaram da Semana Pedagógica e organizaram uma paralisação nesta segunda, dia de abertura do ano letivo municipal. A Secretaria Municipal de Educação, no entanto, rebate a versão da APLB. Leia na íntegra