O professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, campus de Jequié, Rodrigo Santos Queiroz, usou a rede social para denunciar os problemas classificados graves pelo docente relacionados ao curso de Medicina da instituição pública de ensino superior. Rodrigo fez denúncia subscrita afirmando que o Núcleo de Ensino e Pesquisa (NEP), anexo da Uesb que funciona no Hospital Geral Prado Valadares – HGPV, apresenta graves problemas de falta de material de proteção, o que para ele propicia a proliferação da infecção hospitalar. O professor diz atuar na supervisão de Estágio em Fisioterapia em Terapia Intensiva e que, no setor, todos estão trabalhando em condições que levam risco à saúde dos alunos, professores e dos pacientes da unidade hospitalar.
”Eu, professor Rodrigo Santos de Queiroz, lotado no Departamento de Saúde I da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) – campus de Jequié, gostaria de manifestar minha preocupação com o andamento das atividades de estágio e aulas práticas dos cursos de saúde da UESB no Hospital Geral Prado Valadares (HGPV). Atuo na supervisão de Estágio em Fisioterapia em Terapia Intensiva e estamos trabalhando em condições que estão trazendo risco à saúde dos alunos, professores e dos pacientes do HGPV. O NEP (Núcleo de Ensino e Pesquisa), anexo da UESB que funciona no HGPV, está passando por graves problemas de falta de material de proteção individual e de infraestrutura. Estamos sem álcool 70% (item primordial de prevenção à infecção hospitalar), sem máscara, sem luva de procedimento, sem touca e propé. Esses, são itens indispensáveis de proteção individual, evitam contaminação tanto dos pacientes quanto dos alunos e professores. As roupas específicas para trabalho em ambiente fechado encontram-se em estado deplorável (rasgadas) e são insuficientes. Os armários para guardar o material dos alunos e professores são insuficientes, e em sua maioria sem cadeados. Alguns professores sequer receberam crachás da UESB para adentrar ao HGPV. Assim, por vezes, os alunos e professores passam por constrangimento, como sumiço de pertences dos alunos, atendimento sem material de biossegurança, entrada irregular na instituição sem crachá.
Essa já é uma situação crônica, estou desde 2008 na instituição (UESB) e nunca chegou sequer um equipamento específico de Fisioterapia Hospitalar para andamento das atividades de estágio. Diversas foram as solicitações realizadas, diversas foram as conversas, diversos foram os “jeitinhos”. Atualmente os alunos estão comprando cadeados, máscaras, luvas… Confeccionando roupas e levando para casa para lavar… O que é grave!!! Não podemos fechar os olhos para isso! Enfim, os outdoors expostos na cidade de Universidade de qualidade, não condizem com a realidade enfrentada diariamente por mim e por meus alunos no HGPV. Uma realidade que não aflige apenas o curso de Fisioterapia, mas também os cursos de Enfermagem, Farmácia e Medicina da UESB. Cursos que também realizam práticas no HGPV. Comumente essas situações ficam intramuros da Universidade, ofícios e memorandos são encaminhados e nada é solucionado. Essa carta surge de um descontentamento, mas com o objetivo maior de dar celeridade e resolver essas graves questões mencionadas. Como sugestão inicial – realizar uma reunião ampliada no NEP-UESB-HGPV na próxima quinta-feira (03/03/2016) 8:00 da manhã. Assim, convido todos os responsáveis, interessados e mídia de Jequié. Eu estarei lá e espero não estar sozinho!
Estou providenciando ainda uma denúncia na Vigilância Sanitária Estadual, como profissional de saúde não posso fechar os olhos para graves questões de biossegurança em ambiente Hospitalar. Gostaria ainda da participação da direção do HGPV nessa reunião, pois se eu fosse diretor do hospital, imediatamente suspenderia as atividades da UESB no HGPV, pois além de estarmos trazendo risco aos pacientes e contribuindo para aumento do índice de infecção, estamos consumindo um enorme quantitativo de material do Hospital.Essa carta será veiculada nas redes sociais, e-mails, será impressa e distribuída. Conto com a colaboração dos envolvidos: Colegiado e Centros Acadêmicos de Fisioterapia, Medicina, Enfermagem, Farmácia, Departamento de Saúde I e II”, publicou o professor Rodrigo Santos.