Após o recesso de fim de ano, vereadores de Jaguaquara deram início na Câmara Municipal aos trabalhos legislativos do primeiro período ordinário de 2016, em sessão solene realizada na noite desta sexta-feira (19/2), sob a presidência do vereador Élio Boa Sorte Fernandes (PP). A primeira sessão do ano, com participação de todos os 15 parlamentares, contou também com as presenças do prefeito Giuliano Martinelli (PP), do vice-prefeito Raimundo Louzado (PSD) e dos secretários municipais de: Infraestrutura – Antônio Andrade, Educação – Niagra Sales e Ivanaldo, da Agricultura, além do chefe de gabinete do prefeito, Romildo Fagundes. Com público pequeno, e assuntos que estenderam os debates até por volta da meia noite, a sessão foi marcada por lamentações dos edis pela não realização de obras no município. Os parlamentares governistas, em quase sua totalidade, que por muito tempo defenderam os deputados aliados do prefeito, atribuíram aos deputados Aderbal Caldas e Cacá Leão do PP as causas da crise que, de acordo com o líder do Governo na Casa, Francisnei Santos (PP), tem travado a administração pública municipal. ”Eu vejo o município tropeçando com a crise, mas vejo também a boa vontade do prefeito e a gente fica triste, porque quando falamos dos nossos deputados, ”é uma vergonha”. Votamos nos nossos deputados, e não sabemos nem como cobrar mais, porque por onde a gente passa, as pessoas perguntam: cadê o asfalto de Jaguaquara? Cadê os calçamentos? Cadê as quadras”, esbravejou Francisnei, que após criticar os deputados disse que ainda resta esperança, afirmando que o compromisso com Aderbal e Cacá foi cumprido nas últimas eleições, quando apoiados pelo prefeito e, respectivamente, obtiveram cerca de 10 mil votos em Jaguaquara, maior votação registrada para deputados no município. ”Eu já falei pra Cacá, já falei pra Aderbal, que a gente está triste, com o que eles estão fazendo com Jaguaquara. Não é dizer que é crise, que a presidente Dilma está cortando as coisas, porque eles tem condições sim, de fazer as coisas. É triste, a gente abraçar uma causa, e não ver os frutos chegar. A crise em Jaguaquara está em cima dos deputados e governo estadual e federal”, desabafou o líder do prefeito, que saiu na defesa da gestão que representa e jogou no colo dos deputados e governos os problemas enfrentados pelo município. Francisnei não poupou críticas ao governador Rui Costa (PT) e ao vice-governador João Leão (PP), padrinho político do chefe do Executivo, Giuliano. Para o vereador, o governador e o vice, deram as costas para Jaguaquara, após as eleições de 2014, quando obtiveram votação expressiva no município.
Os outros governistas aderiram ao discurso de Francisnei, e preferiram poupar a gestão do prefeito, tendo direcionado críticas aos deputados e governos estadual e federal, exceto Jurandir Araújo – Nego de Marambaia (PT), fazendo afirmação de que as coisas estão caminhando bem, e que o ”prefeito não esmoreça, porque o que eles querem é isso”. Já o oposicionista Nildo Pirôpo (PT), preferiu adotar o discurso de ”pacificador”, dizendo que o prefeito vem agindo com o coração e hoje paga caro. ”O prefeito Giuliano vem na sua caminhada agindo com o coração e está pagando caro. Qual a diferença de um município para uma empresa particular? Se você tem uma loja, você faz o investimento, e tem que fazer a propaganda, esperar os clientes chegar, comprar e pagar para que você possa ter êxito, mas no município, todo ano nós aprovamos aqui uma previsão orçamentária que geralmente bate certo, ou vem sempre um pouco a mais ou a menos do que estava previsto. E as vezes, não só Giuliano, como qualquer outro, por agir com o coração e não pela razão, terminam pagando caro”, elencou Pirôpo, ao se referir aos contratos com servidores sem realização de concurso e propondo a não contratação excessiva de servidores para priorizar investimentos em obras, como por exemplo pavimentação de ruas com recursos próprios.
”Infelizmente, chega o momento que não dar mais para fazer as mudanças. Aqui, não foi feita uma reforma tributária, no início de sua administração, que era necessária. O prefeito sabe das dificuldades previstas e ele tem que, buscar, dentro do seu orçamento, enxugar o máximo possível para tentar fazer algo que possa beneficiar a população. A culpa da crise não é só dos governos, é de todo nós, prefeito, vice e vereador, cada um tem que assumir as suas responsabilidades. Se você não tiver controle, não tiver coragem de cortar na própria carne, você termina a gestão só pagando folha de funcionários”, exemplificou Pirôpo. Adaílson Mancha (PT), que sempre se une a Pirôpo como integrantes da oposição, se posicionou de forma diferente, e direcionou críticas a Prefeitura na presença do prefeito, reclamando das dificuldades na área da Saúde, fazendo afirmação de que os munícipes tem encontrados sérias dificuldades com a falta de marcação de exames e que falta até medicamentos nas unidades de Saúde.