Com custos em alta e receitas em queda, as prefeituras baianas enfrentam a pior crise financeira dos últimos sete anos. Seca, enchentes, queda de receitas, dívida previdenciária, ”calotes” de recursos acordados com governos estadual e federal, elevação de salário mínimo e piso do Magistério foram problemas discutidos entre os prefeitos na Assembleia Geral Extraordinária que a diretoria da UPB realizou nesta quarta-feira (13/01) com prefeitos associados. A reunião, que pretendeu planejar ações do movimento municipalista para o ano que se inicia, deliberou algumas providências no sentido de reduzir os danos provocados pela crise econômica que atinge os municípios. Entre as decisões está a criação de uma comissão para encaminhar as demandas à Superintendência do INSS, evitando o sequestro de recursos para quitar dívida previdenciária; a solicitação de uma audiência com o Governador Rui Costa para discutir os restos a pagar de 2014 na saúde e estudar a alternativas para o reajuste do piso do magistério junto à Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Na reunião, prefeitos lamentaram o momento de queda das receitas, ao lembrar que o difícil momento para os cofres municipais pode prejudicar seus desempenhos nas campanhas à reeleição nas eleições deste ano. A presidente da UPB e prefeita de Cardeal da Silva, Maria Quitéria, culpou a falta de repasses pelo governo federal. ”Todos os problemas enfrentados pela administração pública são resultado da falta de recursos”. Ressaltou ainda que as dificuldades enfrentadas são muito grandes e comum a todas as gestões, motivo pelo qual acredita que as atitudes a serem tomadas não podem ser feitas de forma isolada. ”A união de todos os prefeitos é muito importante na tentativa de mudar este cenário”.
Dentre os gestores públicos baianos que lamentaram dificuldades enfrentadas nas respectivas gestões, durante debate na extraordinária da União dos Municípios da Bahia (UPB), está o prefeito Giuliano Martinelli (PP), de Jaguaquara que, segundo nota publica no site oficial da entidade, se diz arrependido por não ter conseguido liberação de recursos para obras no município. Durante a reunião, Giuliano Martinelli, informou que teve uma perda de quase 40% da receita e enfrenta uma enchente no município. Apesar de ter celebrado inúmeros convênios com o Derba relatou ter dificuldade em conseguir máquinas para escoar a água da chuva. ”As obras essenciais ninguém está conseguindo. Sou prefeito de primeiro mandato e hoje estou arrependido. Estou com obras inauguradas mas não pagas, por falta de recurso federal. Acho que a hora agora é de dar um basta”, esbravejou Martinelli, conforme publicação da UPB. O gestor de Jaguaquara, que voltou a criticar a extinção do Departamento de Infraestrutura de Transporte da Bahia-Derba, que possuía sede em Jequié para manutenção e conservação de rodovias estaduais na região e que auxiliava os municípios com máquinas para recuperação de estradas vicinais e que segundo Giuliano socorria Jaguaquara em períodos de chuva, como o último vivenciado pela população local, já teria comentado sobre a decisão do governo estadual em extinguir o Derba quando concedeu entrevista a Rádio 93 FM na última sexta-feira (8/1). ”O maquinário transferido para o Consórcio está sucateado. Temos que nos valer da nossa frota própria e as máquinas e caçamba doadas pelo PAC, que não são insuficientes para atender à demanda dos serviços nesse período de chuvas, porque os problemas são muitos e em vários bairros”, disse o alcaide na ocasião.
