Em delação premiada, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva deu-lhe um cargo público no ano de 2008, como forma de reconhecimento por quitar um empréstimo no valor de R$ 12 milhões. O empréstimo foi considerado irregular pela Operação Lava Jato. Outro empréstimo, esse feito pelo fazendeiro José Carlos Bumlai, no ano de 2004, junto à diretoria do Banco Schahin. Ele afirmou que repassou R$ 6 milhões para o empresário Ronan Maria Pinto, que de acordo com a Operação Lava Jato, tinha informações sobre o PT na região. Alguns anos depois, já sob o comando de Nestor Cerveró, a diretoria da área internacional da Petrobras contratou a Schahin Engenharia por US$ 1,6 milhão para a operação de um navio-sonda, o Vitória 10.000. O contrato seria uma forma de o PT retribuir o grupo Schahin pelo empréstimo. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Lula teria indicado Cerveró para o cargo por ele ter viabilizado a contratação da Schahin como operadora da sonda. Ainda segundo a publicação, em seu depoimento, Bumlai admitiu que o empréstimo contraído no Banco Schahin foi utilizado para quitar dívidas do PT, contudo isentou Lula de participação no negócio. Segundo o pecuarista, o negócio nunca foi pago. A contratação do navio-sonda resultou no pagamento de uma propina com valor estimado em US$ 25 milhões a funcionários da Petrobras, lobistas e políticos.