O novo reajuste do piso salarial dos professores de escolas públicas, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) é encarado como um desafio pelos prefeitos baianos, que dizem prevê dificuldades para remunerar os profissionais da Educação com salário de R$ 2.135,64 e, assim, garantir a valorização dos docentes. Em Jaguaquara, maior cidade do Território de Identidade Vale do Jiquiriçá, com cerca de 60 mil habitantes, a rede municipal de ensino possui 405 professores efetivos e o prefeito Giuliano Martinelli (PP) disse que terá que fazer sacrifício para pagar o piso. Durante abertura da Jornada Pedagógica 2016, na noite desta quinta-feira (11/2), questionado pelo Blog Marcos Frahm se a Prefeitura irá garantir o pagamento do piso no próximo mês, o gestor disse acreditar que sim, mas afirmou que ainda se reunirá com a APLB local para discutir o assunto. ”Acreditamos que sim. Primeiramente, teremos que sentar junto com a APLB e os professores representados por uma comissão e, se existir, realmente, a condição, dentro desse repasse, que é vinculado ao Fundeb, a ponto de um reajuste que venha a compensar, não vejo de forma nenhuma o não pagamento do piso do professor. Hoje é um desafio para grande parte dos gestores, mas a partir do momento que o governo federal estabelece como piso, nós temos que cumprir”, explicou Giuliano, que disse estar disposto a diminuir despesas da máquina pública, caso a Prefeitura não consiga honrar com o pagamento. ”Quem não tem a condição financeira de bancar o piso, terá que cortar despesas. Se a prefeitura hoje, com o recurso que ela detém, não conseguir honrar o piso, nós teremos que diminuir despesas, reduzir contratos para honrar o compromisso com os efetivos”. Apesar de apontar dificuldades, Giuliano diz que, os prefeitos, não vão ter para onde correr. Martinelli ao falar da Jornada Pedagógica, que prossegue nesta sexta-feira, citou como incentivo aos professores aumento salarial, que segundo ele foi concedido aos docentes em 2015 e relembrou a primeira Jornada Pedagógica da sua gestão, em janeiro de 2013, quando enfrentou manifestação de professores, que vestiram preto durante o evento em forma de protesto para sinalizar o atraso do pagamento do salário de dezembro de 2012, último mês trabalhado na gestão anterior, no Governo Ademir Moreira. ”Na primeira Jornada Pedagógica que eu fiz a abertura, em 2013, eu me deparei com as cadeiras lotadas de funcionários da educação, todos de camisa preta, simbolizando luto, pois o mês de dezembro não foi pago e existia uma dúvida cruel se o prefeito iria honrar ou não. Assim como eu me comprometi que iria pagar eu paguei não só o mês de dezembro como venho pagando os salários em dia”, lembrou o pepista, que revelou ver avanço na Educação de Jaguaquara e ressaltou que a nova secretária, Niagra Sales, está dando continuidade ao que vem dando certo, mesmo tendo exonerado do cargo em dezembro de 2015 a secretária anterior. ”As conquistas são muitas. Nós tiramos do papel o Mais Educação e colocamos em prática. O Mais Educação entrou em vigência no governo de Giuliano Martinelli, com a ex-secretária Célia Alves. Nós conseguimos um polo da Uesb com curso de pedagogia, nós conseguimos colocar o transporte escolar em bairros, reformamos escolas, Niagra veio para dar continuidade ao trabalho que foi realizado por Célia”, sentenciou.