A Bahia é o estado brasileiro onde se concentra a maior quantidade de cidades no ranking das 250 mais violentas do país. São 40 municípios, incluindo Jequié. Isto quer dizer que quase 16% da lista estão localizadas só no estado da Bahia, o que corresponde a mais de 10,4 mil homicídios. As informações do Mapa da Violência 2015 apontam que no ano passado, mais de 112 mil pessoas foram mortas dessa forma no Brasil. Dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros, a cidade de Simões Filho, na Bahia, é a que lidera a lista. Entre 2010 e 2012, o município somou 126 mortes por armas de fogo para cada 100 mil habitantes. Já em Jequié, a onda desenfreada de violência cresce a cada dia. Para o comandante do 19º Batalhão da Policia Militar, o Major Mota Lima, que está no cargo desde setembro de 2015, vindo de Juazeiro/BA, quase todos os crimes de homicídios na Cidade Sol são relacionados ao tráfico de entorpecente. Em entrevista ao programa Jequié Urgente, da Rádio 93 FM, o Major falou sobre os assassinatos registrados em Jequié, que apenas neste primeiro mês de 2016 já contabiliza 8 crimes, após a polícia ter encontrado na manhã desta quarta-feira (20/1) o corpo de um rapaz sobre uma bicicleta em um terreno baldio localizado às margens das avenidas César Borges e Franz Gedeon, na área central da cidade. ”Esse é um problema social que independe de ações pontuais dos organismos de segurança pública”, afirmou, tendo enfatizado que tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil tem procurado fazer o seu papel. ”Existe uma complexidade de fatores de fora para dentro do sistema de defesa social, passando pelo envolvimento das famílias aos problemas sócios-educacionais, mas, nós temos a nossa parcela de responsabilidade e temos feito a nossa parte”, assegurou o Major Motta Lima, a Rádio 93 FM. O comandante revelou que, logo depois de ter assumido o cargo em Jequié procurou fazer um reconhecimento de toda área jurisdicionada à unidade e que tem passado orientação a tropa no sentido de intensificar as blitzs nas manhãs, tardes, noites e madrugadas, muitas das quais com a sua presença nos finais de semana. Destacou ainda que como resultado desse trabalho preventivo tem efetuado prisões, citando como exemplo quatro membros de uma quadrilha de ladrões de carros e tráfico de drogas desarticulada no último final de semana, além de frequentes apreensões de armas e drogas. ”É evidente que não conseguiremos zerar o índice de homicídios e de ações criminosas, mas temos feito o nosso papel com o apoio de uma tropa eficiente e motivada”. Para ele, um dos agravantes que resultam no aumento da criminalidade em Jequié é a superlotação do Conjunto Penal, em média com 1100 detentos apesar de ter sido construído para receber cerca de 360 internos e, ainda, a existência de apenas um Juiz de Direito na Vara Crime, responsável por acompanhar e despachar um número enorme de processos, ”o que se se torna humanamente impossível”, criticou o Major Motta Lima.