Deve ter mais. Mas os que aparecem nos meios políticos são 4 pré-candidatos à Prefeitura de Jaguaquara para as eleições municipais deste ano, que prometem ter disputa de gigantes.
Osvaldo Cruz Morais (PSB) – Já foi prefeito de Jaguaquara por duas vezes, tem um eleitorado cativo, conta com o bisturi de médico e vai atrás do terceiro mandato, com promessa de que vai cumprir os quatro anos de gestão, ao contrário do que fez em 2006, quando renunciou ao cargo depois de ser eleito em 2004 e entregar o comando do Executivo ao então vice-prefeito, Ademir Moreira, que protagonizou ruptura e tornou-se o seu maior rival na política local. A renúncia parece não ter sido esquecida ainda pelos munícipes, e é um obstáculo a ser superado pelo médico, no diálogo, para justificar o seu afastamento mal visto pelos jaguaquarenses depois de ter sido reconduzido ao cargo com votação expressiva
Giuliano Martinelli (PP) – Engenheiro agrônomo, prefeito pela primeira vez, exerce o cargo de gestor público e chega ao 4º ano de sua gestão num período de uma grave crise financeira que limita os gastos públicos, mas é quem detém a máquina administrativa. Há quem diga que, dificilmente, contará com o apoio do ex-prefeito Ademir, seu padrinho político na sucessão de 2012, que declarou ruptura política com Martinelli após ter suas contas reprovadas na Câmara por vereadores da base aliada. Em contrapartida, reatou aliança com o vice Raimundo Louzado (PSD). O fato de tentar ser mais administrador do que político agrada uma considerável fatia do eleitorado, já saturada com a política e a politicagem, mas o estilo rigoroso, com direito a corte dos vícios, pode ser classificado como pedra no caminho pela outra parte dos eleitores. Precisará ouvir mais, receber o som que vem de fora, e dar importância aos questionamentos, ou sugestões, para driblar os empecilhos e correr contra o tempo para avançar, politicamente.
Ricardo Leal (PT) – Empresário do ramo de hortifruti, amigo – pessoal do governador Rui Costa, sem nunca ter chegado ao cargo, possui doses de experiência. Foi responsável pela articulação política de várias candidaturas, em eleições anteriores, e obteve cerca de 11 mil votos em seu primeiro teste eleitoral, em 2012, quando foi derrotado, por uma pequena diferença de mais de 600 votos. É defensor da estratégia de que Jaguaquara precisa de uma gestão pública com retidão. Mas, apesar da boa intenção, após perder a disputa sucessória se afastou do próprio grupo, e dos meios políticos, deixando correligionários desacreditados. Enfrenta ainda um processo na Justiça Eleitoral, por descuido na campanha passada, que o tornou inelegível, mas garante que trabalha para reverter à pendência judicial e não descarta voltar ao páreo em 2016. Uma carta na manga seria uma possível candidatura da sua esposa, a professora Vanusa Leal, pelo PTB, e que poderia ser classificada como ”sangue novo” na política, pelo fato de uma mulher nunca ter ocupado o cargo de gestora em Jaguaquara.
Ademir Moreira (PMDB) – Já foi prefeito, vereador, presidente da Câmara, e é tido como político habilidoso, que não mede esforços para alcançar seus objetivos quando entra no campo da disputa eleitoral. Se articula para ingressar numa nova legenda partidária, com vistas às eleições de 2016, sem esconder o desejo de voltar a governar a Toca da Onça, depois de 27 anos de vida pública. Desta feita, não conta com a força da máquina, e aparece na lista de políticos sujeitos a inegibilidade, por ter suas contas reprovadas pelo TCM, sob acusação de irregularidades na gestão pública, cujo parecer técnico foi acatado na Câmara por vereadores da base do atual prefeito, de quem diz ser hoje inimigo político. Inelegível ou não, sustenta a tese de que aguarda decisão da Justiça para decidir pela candidatura e enfrentar os adversários, inclusive Giuliano, mesmo a contra-gosto do vice-governador João Leão (PP), padrinho político do grupo vencedor da sucessão de 2012. Uma possível aliança com Ricardo Leal, com quem protagonizou desavenças ferrenhas para defender a candidatura de Martinelli, também não estar descartada.
*Nota original do Blog Marcos Frahm