PM preso em Salvador por roubo de cargas começou a ser investigado após o irmão ser detido

Soldado foi preso suspeito de integrar quadrilha. Foto: Instagram

O soldado da Polícia Militar Alberto Cerqueira de Andrade, de 28 anos, foi preso por suspeita de integrar uma quadrilha de roubo de cargas, em Salvador, E começou a ser investigado pela polícia após o irmão dele ser detido e contar que tinha um familiar policial. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (3) pela Polícia Civil. Segundo a delegada Carla Santos Ramos, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) de Salvador, que investiga o caso, estima-se que o grupo tenha roubado R$ 1 milhão em produtos eletrônicos só neste ano. Contra eles, é atribuído, ao menos, cinco crimes ocorridos em Salvador e na região metropolitana. De acordo com a delegada Carla Santos, o soldado era responsável pela intermediação entre o grupo e os receptadores dos produtos roubados. Conforme publicação do G1, O advogado do PM, Dinoermeson Tiago Nascimento, informou que o irmão do soldado, identificado como Lucas Silva de Andrade, contou que tinha um um irmão policial logo após ser preso, no dia 25 de abril, com o intuito de provar que era inocente. No entanto, a revelação levantou suspeitas contra o PM. Os irmãos não moravam na mesma casa. Ainda segundo o advogado Dinoermeson Tiago Nascimento, após saber que estava sendo investigado pela polícia, o soldado Alberto Cerqueira compareceu à DRFR, para prestar esclarecimentos, na noite de quarta-feira (2). Foi quando chegou na unidade policial que ele foi preso. Conforme o advogado, a Justiça determinou a prisão temporária do PM por 5 dias. Segundo a polícia, após o mandado ser cumprido, o agente foi levado para a Coordenadoria de Custodia Provisória (CCP), que fica no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.

Normalmente, os PMs detidos são encaminhados para o Centro de Custódia Provisória da PM, que fica no Batalhão de Choque da corporação, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. No entanto, de acordo com o advogado Dinoermeson Tiago Nascimento, o local está em reforma, e, por isso, Alberto Cerqueira foi levado para Mata Escura. Ao G1, o advogado contou que o policial militar nega as acusações. ”Ele desconhece qualquer tipo de envolvimento no crime. Não foi apresentado nenhum objeto de acusação, além do relato do irmão, que não diz nada. Por isso, não existe motivo para a manutenção da prisão. Eu já pedi um habeas corpus”, contou o advogado. No entanto, de acordo com a delegada Carla Santos, as investigações revelaram que o soldado, o irmão dele e outros três suspeitos, identificados como Jhonatas Neves de Santana, Zenóbio Gomes Pereira Junior e Fábio Santos Pinho, que também foram presos, integram uma quadrilha responsável por roubo de cargas, clonagem veículos e assaltos, na modalidade conhecida como saidinha bancária. Lucas Andrade e Jhonatas Neves tiveram mandado prisão preventiva cumpridos. Já contra Zenóbio Gomes e Fábio Santos foram cumpridos mandados de prisão temporária, assim como o soldado. Os quatro homens presos foram encaminhados para o Complexo Penitenciário da Mata Escura. Com eles, foram apreendidos dinheiro e celular. A quantia não foi divulgada. Outras cinco pessoas são procuradas.

O soldado Alberto Cerqueira estudou no Colégio da Polícia Militar (CPM-Dendezeiros), em Salvador. Nas redes sociais, ele postou algumas fotos da época de estudante, onde aparece com a farda da escola, junto com outros alunos da instituição. Segundo a PM, Alberto integra o quadro funcional da corporação há mais de seis anos. Atualmente, ele é lotado na 40ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), no bairro do Nordeste de Amaralina. No entanto, segundo o advogado Dinoermeson Tiago Nascimento, o agente está afastado do trabalho, porque está em licença prêmio – direito assegurado aos servidores públicos após 5 anos de serviço prestado. Ainda segundo a Polícia Militar, ao longo do tempo em que está na corporação, o soldado Alberto já respondeu uma Sindicância e um Inquérito Policial Militar (IPM). No entanto, os motivos das investigações não foram divulgados.