Kleber Rosa diz que ACM Neto não tem moral para discutir educação e ataca gestão de Rui

Kleber é candidato do PSOL ao Governo. Foto: Kau Rocha/Ascom Psol

O candidato a governador da Bahia, Kleber Rosa (PSOL), disse que ”a educação não é prioridade nem no município [de Salvador] e nem no estado”, durante entrevista à TV Bahia, no início da tarde desta sexta-feira (16). Sobre os baixos índices de avaliação do estado no Ideb, ele salientou que é preciso ”pensar a Bahia, mas é necessário pensar também nos municípios”. O psolista disse, entretanto, que o candidato do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, não teria condições necessárias para lançar críticas à gestão estadual.

”Eu preciso dizer que a gestão carlista na Bahia não é referência. Fico muito incomodado quando o representante do carlismo vem aqui e critica de forma tão abertamente todas as políticas do Estado como se ele não devesse inclusive explicações sobre a política que é desenvolvida em Salvador”, apontou.

Rosa disse que a Prefeitura de Salvador fechou 42 escolas de educação de jovens e adultos no final de 2021. ”A educação de jovens e adultos é a política que é voltada para as pessoas que são classificadas como analfabetas ou que tiveram seu percurso educacional interrompido e que é obrigação do estado garantir que essas pessoas voltem, oferecer política para enfrentar o analfabetismo. A gestão carlista não tem compromisso e não tem moral para discutir o estado sem prestar conta do que faz no município”.

Para elevar os índices da gestão pública no estado, Rosa disse que iria implementar a educação na Bahia, ”trazendo paro estado a responsabilidade que é o ensino médio, por exemplo”. Rosa ainda criticou o processo de militarização do ensino. ”É preciso romper com a lógica militarizante da educação. Nós temos que fazer Paulo Freire como orientador das concepções pedagógicas, pois nosso povo é um povo diverso”, salientou.

A gestão de Rui Costa nem de longe chegou perto do que foi o primeiro governo Lula

O psolista apontou que, no governo Lula, houve política muito clara para habitação, para enfrentar o problema da fome, por exemplo. ”Na Bahia a gente não vê [isso], a gente vê o contrário disso. A gente vê, na verdade, uma tendência do governo Rui Costa de se aproximar de setores conservadores, isso fica claro na política que é adotada”, disse o candidato.

Ao ser questionado, negou que o seu partido seja um ”puxadinho” do PT. ”Fazemos parte do mesmo campo democrático e popular. O fato de estar nesse campo não significa que não tenhamos diferenças”, declarou Rosa. ”Pela primeira vez, o meu partido deixou de ter uma candidatura própria à Presidência da República porque percebemos o mal posto com Bolsonaro e o bolsonarismo […] sobretudo na gestão da pandemia”, disse o candidato do PSOL.

Ele ainda salientou que, caso Lula seja eleito, o partido deve ficar ”atento, vigilante e organizando a luta social porque não temos visão do paraíso, mas disputar um governo que tem disputa dentro do espaço democrático”, salientou, ao diferenciar o que ocorre com o atual governo federal, que ele classifica como ”fascista”.