O estrago de Geddel Vieira no PMDB é tamanho G

Os R$ 51 milhões no apartamento e a subsequente prisão de Geddel deram um baque violento, não só no PMDB, como na política em geral. E deixaram o mundo político meio que anestesiado pela perplexidade.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) já alastrava pelos corredores do Senado as suas preocupações. O medo dele: que a coisa acabe atingindo Temer.

É possível? Sim, tanto porque Geddel foi ministro poderoso no início da era Temer como porque agora, em pleno inferno vivencial, se se sentir acuado, pode delatar. Aliás, alguns dão isso como certo, o que quer dizer que a novela ainda vai se estender por muitos capítulos, como sempre, com lances de altos índices de audiência.

Cá na Bahia, com todos ainda atarantados, não se sabe como o partido vai ficar.

Os cinco deputados do partido na Assembleia se dividem entre os que querem esperar, os que defendem uma ação para tomar o partido e os que vão debandar, por achar que, tanto lá como cá, está tudo melado, cá com Geddel, lá com Jucá e cia.

Em Belo Campo — Na sexta-feira, em Belo Campo, onde reuniu 29 prefeitos para articular o consórcio de saúde, Rui Costa foi abordado pelo jornalista Anderson Oliveira, do Blog do Anderson, de Vitória da Conquista:

– Governador, como é que o senhor viu aquela montanha de dinheiro?

– (Risos) Eu prefiro me concentrar no trabalho e deixar que o Ministério Público e a polícia falem sobre isso.

Bico calado — O último arauto em defesa pública de Geddel era Herzem Gusmão (PMDB), prefeito de Vitória da Conquista.

Mesmo com Geddel em prisão domiciliar, estrilava as benfeitorias do líder.

Depois dos R$ 51 milhões, calou.

*Por Levi Vasconcelos