air Bolsonaro defende reforma trabalhista mais ampla: ”é horrível ser patrão” no País

Jair Blsonaro defende a reforma trabalhista. Foto: Estadão

O presidente eleito Jair Bolsonaro defendeu um aprofundamento da reforma trabalhista durante reunião com a bancada do MDB na Câmara, na tarde desta terça-feira, 4. Segundo participantes do encontro, Bolsonaro disse que “é horrível ser patrão” no País. Ele não mencionou, no entanto, as reformas previdenciária e tributária. Bolsonaro também não especificou, na conversa, de que forma o aprofundamento da reforma trabalhista seria feito. No ano passado, o Congresso aprovou projeto do presidente Michel Temer que muda trechos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prevê pontos que poderão ser negociados entre empregadores e empregados e, em caso de acordo coletivo, passarão a ter força de lei. Ao sair da reunião com o presidente eleito, o líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), disse que Bolsonaro não pediu apoio específico para a reforma da Previdência e para a reforma tributária. “Ele falou de maneira genérica, mas sabemos que pauta econômica é urgente”, minimizou ao ser questionado sobre o assunto. Baleia não mencionou a reforma trabalhista. Ainda de acordo com participantes da reunião, o deputado Darcísio Perondi (MS), suplente do futuro ministro da Cidadania, Osmar Terra, foi o único a mencionar a reforma previdenciária na reunião com Bolsonaro e com o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Integrantes do futuro governo tem dado sinais de pessimismo sobre a aprovação da reforma da Previdência. Na segunda-feira, 3, o senador eleito e deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou que o envio da proposta não será o primeiro ato da gestão de seu pai. “Nossa vontade original é que fosse aprovada este ano, mas a avaliação política é de que seria arriscado. A ideia é que se aprove a reforma da Previdência em 2019. Há uma burocracia do processo legislativo que a gente tem que respeitar. Mas, não digo no primeiro mês de governo, mas o mais cedo possível, vai ser enviada ao Congresso a nova reforma da Previdência”. O atual ministro da transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou ontem que a reforma da Previdência não será feita no “afogadilho”, acrescentando que será preciso ter “paciência”. “Temos quatro anos para garantir o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos”, chegou a dizer. Na semana passada, outro filho do presidente eleito, o deputado Eduardo Bolsonaro, disse que o governo “talvez não consiga” votos para aprovar a reforma da Previdência no Congresso. No encontro organizado pelo Brazil-US Business Council, nos Estados Unidos, o parlamentar fez um discurso para passar uma perspectiva otimista sobre o País, mas admitiu a dificuldade no que classificou como uma das prioridades do governo.