Acusado de corrupção, secretário de ACM Neto deixa o cargo e tem bens bloqueados

Paupério
Paupério não é mais secretário de Neto. Foto: Max Haack
Alexandre Tocchetto Pauperio, secretário municipal de Gestão da Prefeitura de Salvador (Semge), acusado pelo Ministério Público de participação em esquema de desvio de recursos na ordem de aproximadamente R$ 40 milhões em contratos com a Secretaria de Educação e investigado por suspeita de superfaturamento em licitação de mobiliário escolar, não resistiu às pressões e se afastou oficialmente da Secretaria Municipal de Gestão nesta quarta-feira (30/9). Entre os funcionários da pasta que comandava, a queda já era tida como certa. O prefeito ACM Neto só estava escolhendo o ”melhor momento” para estancar a sangria que as denúncias começaram a fazer na gestão municipal. Logo após a primeira denúncia surgir, o prefeito iniciou uma série de reuniões com Paupério. Com o clima tenso na administração municipal, o ex-secretário de Gestão ainda contestava os argumentos do Ministério Público e jurava inocência. No dia 14 de setembro, depois de mais um encontro com ACM Neto, Paupério reuniu os trabalhadores da secretaria para conversar e ”se explicar” sobre as denúncias. Os relatos é que Paupério já apresentava um tom nostálgico e parecia prever que a situação seria irreversível. ”Não tem problema. Se preciso for, eu vou responder (na Justiça) pela minha gestão, pelo período que estive aqui”, disse aos servidores, segundo informações do site Bocão News. Além de perder o cargo de secretário, Paupério terá seus bens bloqueados pela Justiça. O pedido foi feito pelo Ministério Público da Bahia, no início do mês e a liminar foi concedida ontem junto com o pedido de demissão ao prefeito ACM. Na ação civil pública movida pelo MP, o juiz Benedito dos Anjos, considerou que, além de Paupério, houve participação de todos os réus em atos de improbidade administrativa. João Carlos Bacelar Batista, Carlos Ribeiro Soares e Luiz Carlos Marques de Andrade Filho e outras dez pessoas, bem como a Fundação Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia, serão impedidos pela Justiça.