O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), disse hoje no evento ”Semana do Clima”, que acontece em Salvador até esta sexta que fez vários alertas, sem sucesso, ao governo federal, chamando a atenção para o risco de o desprezo ao Pólo Industrial de Manauais e o incentivo ao desmantamento e ao garimpo resultarem no que acontece hoje no Brasil, tragado por ”um completo desprestígio diplomático e da imagem do país com formadores de opinião, além do agitação militar na União Européia”.
Observando que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que foi vaiado no evento na quarta-feira, não conhece nem nunca pisou na Amazônia, Arthur Virgílio disse que ”tudo podia ser evitado e ainda pode ser evitado, caso haja uma mudança de 180º na consciência ambiental do governo federal. O presidente gosta de mudar muito, então não mude em 360 graus. Quem muda em 360 graus, volta para o mesmo lugar. Muda só 180 graus que está muito bem”, disse.
Ao avaliar que não foi à toa que o primeiro-ministro da França, Emanuel Macron, convidou o G7 para discutir as queimadas na Amazônia, ”o que tem ares de enorme gravidade”, o prefeito de Manaus chamou ainda atenção para a enorme coincidência de o prefeito ACM Neto (DEM) ter promovido a Semana do Clima em Salvador no momento mais crítico das queimadas brasileiras. ”A escolha do prefeito foi corajosa para este evento, mas é claro que ninguém poderia antever isso”, declarou.
Ao discurso no evento, Arthur Virgílio arrancou também aplausos ao criticar o governo Jair Bolsonaro, lembrando que ”o Brasil não tem condições de afrontar as regras do mundo que exigem a Amazônia o mais intocada possível como efeito mitigador do aquecimento global, ela e as demais florestas, e sobretudo ela, porque é a maior floresta tropical do mundo”. Pedindo desculpas por ter temporariamente deixado de ser prefeito por conta da contundência do discurso, Virgílio acrescentou que quem não aceitar esta verdade, ”entra numa contramão e vai dar de encontro num caminhão que vem sem freio numa ladeira desabaladamente. Portanto, essa consciência, que é nossa, tem que ser colocada com coragem, com muita força”. Com informações do site Política Livre