A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (24) a operação ”Pacto Infame”, que tem como objetivo combater desvios de recursos públicos, fraudes licitatórias e associação criminosa envolvendo contratos na área de engenharia civil da cidade de Gongogi, no sul da Bahia.
Segundo as investigações da PF, diversos processos licitatórios teriam sido fraudados (direcionados) para beneficiar a empresa sediada em Gongogi, que celebrou 16 contratos e recebeu mais de R$ 7 milhões de pagamentos da prefeitura nos últimos quatro anos. Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ nas cidades de Itabuna, Ipiaú, Ibicaraí e Gongogi, que ficam no sul do estado.
A gestão municipal disse que a empresa presta serviços à cidade desde a gestão anterior e que a prefeitura colabora com as investigações. Em nota, assessoria da administração disse que o nome do atual prefeito, Adriano Mendonça, não consta no inquérito policial. A Polícia Federal informou que nesta etapa, os mandados judiciais têm o objetivo de coletar provas para aprofundar a investigação, além de identificar novos crimes e envolvidos.
As investigações apontaram que o grupo investigado estaria envolvido em fraudes desta natureza desde 2017, com atuação também em outras cidades baianas. Os nomes dos municípios não foram revelados. De acordo com apuração da TV Santa Cruz, afiliada da Rede Bahia, as investigações iniciais apontam que o esquema acontecia dentro da Prefeitura de Gongogi com a participação do atual secretário de saúde, Dermival José Santos Simões. Um mandado de prisão foi realizado na casa do secretário, mas ele não foi localizado pela PF.
A empresa investigada tinha como endereço a sede do Sindicato de Produtores Rurais de Gongogi, do qual Dermival Simões já foi presidente. Um engenheiro da prefeitura também teria colaborado nas fraudes. Ele era responsável por fiscalizar as obras da empresa contratada, que pertence a um irmão dele. Conforme a PF, o nome ”Pacto Infame” foi dado por causa da qualidade do ajuste realizado entre os agentes econômicos (empresários) e funcionários da prefeitura para concretização de ações desonestas em detrimento do erário público. G1