Mandados de busca são cumpridos contra falsos médicos nos hospitais de Itagimirim e Teolândia, informa Secretaria de Segurança

Mandados de busca e apreensão contra investigados por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa foram cumpridos pela Polícia Civil, nesta quinta-feira (21), nas cidades de Eunápolis, Teolândia e Itagimirim, durante a 12ª fase da Operação Unum Corpus.

De acordo com o coordenador regional de Eunápolis, delegado Pedro Henrique de Oliveira, as investigações tiveram início em dezembro de 2023, com a prisão em flagrante de um homem por atuar como falso médico no Hospital Municipal de Itagimirim. ”Durante a apuração, identificamos um segundo suspeito que também atuava na mesma unidade de saúde, com a anuência do diretor do hospital, o qual foi exonerado um dia após a prisão do primeiro falso profissional”, ressaltou.

”Uma terceira médica plantonista da mesma unidade hospitalar, bem como os dois médicos diretores faziam constantes trocas de plantões nos quais os falsos médicos trabalhavam em seus lugares e dividiam o valor pago pelo plantão. Em uma das ocasiões, o prefeito da cidade foi atendido por um falso profissional, tendo que retornar ao hospital no dia seguinte em decorrência de má prescrição”, acrescentou o coordenador da 23ª Coorpin/Eunápolis.

As investigações também identificaram um funcionário público do Hospital de Teolândia que mantinha contato com o primeiro falso médico, encaminhando-o para diversos hospitais do interior da Bahia onde poderia atuar como plantonista. ”Representamos pela suspensão da função pública do investigado junto à administração da Fundação Hospitalar de Teolândia, do cargo de agente administrativo, a qual foi deferida pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Eunápolis”, destacou o delegado.

”O Poder Judiciário também deferiu pedidos da Polícia Civil determinando a proibição dos falsos médicos de frequentar hospitais e postos de saúde públicos, exceto na condição de paciente. Os investigados também ficaram proibidos de manter contato entre si, de mudança de endereço sem autorização judicial e foi determinado o comparecimento bimestral no juízo do seu domicílio para informar e justificar suas atividades”, detalhou Pedro Henrique de Oliveira.

Durante o cumprimento dos mandados de busca, documentos de um médico foram apreendidos em Eunápolis. No Hospital de Teolândia, foram encontrados diversos prontuários médicos assinados pelo mesmo falso profissional preso em flagrante em dezembro do ano passado. Um celular de um funcionário daquele hospital também foi apreendido.

A companheira do primeiro falso médico utilizava a sua conta bancária para receber os pagamentos dos plantões, com o objetivo de ocultar a verdadeira identidade do investigado. Ela será indiciada por associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O MC Elloco, que fazia dupla com Shevchenko, morreu em Recife, nesta quinta-feira (21), aos 34 anos, vítima de infarto

O MC Elloco, que fazia dupla com Shevchenko, morreu em Recife, nesta quinta-feira (21). Cleiton Silva, que tinha 34 anos e era conhecido por cantar Brega funk, faleceu na Policlínica Amaury Coutinho, no bairro da Campina do Barreto, na Zona Norte do Recife.

Elloco morreu vítima de um infarto. Ele chegou a ser socorrido, porém não resistiu. Ele deixa uma esposa e um filho. A informação da morte do artista foi confirmada por um de seus produtores.

No Instagram, Shevchenko publicou emojis de choro. Donos do bordão: ”Eu tô só calado”, Elloco e Shevchenko formavam uma das duplas mais famosas do brega funk. Com mais de 10 anos de carreira, os mcs emplacaram músicas como: ”Olha o carro do ovo”, ”Tome empurradão”, ”Dally”, ”Ninguém fica parado” e ”Toma na pepeka”.

O MC Anthony Tralha lamentou o falecimento do colega. ”Obrigado por fazer parte do início da minha carreira, você revolucionou o brega funk e o passinho. Vai com Deus, guerreiro”, disse em uma publicação no Instagram. *BN

Caso Binho Galinha: Entenda funcionamento de suposto esquema que movimentou R$ 100 mi e teve início na década de 90

A ação penal que tramita na 1ª Vara Criminal de Feira de Santana, em desfavor de Kléber Cristian Escolano de Almeida, o “Binho Galinha”, que é deputado estadual pelo PRD, movimentou os bastidores da política baiana. Binho é o principal alvo da operação “El Patron”, com processo que corre em segredo de justiça, sendo apontado como chefe de uma suposta milícia na região de Feira.

O Bahia Notícias teve acesso, com exclusividade, à denúncia promovida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco). Em quase 140 páginas, a denúncia expõe com detalhes como seria toda a operação do esquema que teria Binho Galinha como principal liderança.

A organização criminosa é apontada pelo Ministério Público como atuante na prática de receptação, contravenção do jogo do bicho, extorsão, agiotagem, lavagem de capitais e outros delitos. Tudo teria se dado ainda na década de 1990, quando a organização criminosa foi constituída. O deputado teria assumido a liderança do grupo em 2013, a partir do homicídio do bicheiro Oldair José da Silva Mascarenhas, conhecido como Dainho, e ex-sócio de Kléber Cristian.

O monopólio de Galinha no comando das atividades se estabeleceria até os dias atuais, de acordo com o MP. A investigação apontou que a prática da contravenção seria uma das ”exclusividades” de Binho Galinha, com o domínio da prática do jogo do bicho, por meio da entidade “ParaTodos”, ampliando a execução de outras atividades, segundo a investigação.

Com atuação em Feira de Santana e em cidades circunvizinhas, o grupo de Binho Galinha teria uma larga extensão. De acordo com o MP foram identificadas pelo menos 13 pessoas, de codinomes ”Macaco”, ”Vini”, ‘Charuto”, ”aguinho”, ”Galego’ e  ”Ninito”, entre outros que não teriam sido identificados ainda pelo MP. Recentemente, o assessor parlamentar do deputado, identificado como Bruno Borges França, foi preso.

A investigação do MP trabalha com cinco núcleos de atuação: a ”liderança”, que seria ocupada por Binho Galinha, que determinaria as ações da organização; o ”núcleo financeiro”, com responsabilidades supostamente ligadas a gestão e fluxo de ativos ilícitos, como a lavagem de dinheiro, que teria Jorge Vinícius de Souza Santana Piano como operador. Outro núcleo seria o de “receptação”, encarregado de “gerir a manutenção em depósito e exposição à venda de cargas de origem criminosa”, segundo o MP.

O quarto núcleo seria o de ”intermediário”, que seria composto pelo filho e esposa de Binho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano e Mayana Cerqueira da Silva, que o documento aponta que administrariam o negócio. E, além disso, o MP aponta para um ”núcleo armado”, que seria composto por policiais militares próximos a Binho, que exerceriam a função de ”segurança pessoal de Binho Galinha e seus familiares, assim como violência e grave ameaça, praticam cobranças decorrentes de agiotagem, jogo do bicho”.

A investigação do MP se aprofunda também nos crimes de receptação de peças automotivas, com a aquisição de peças veiculares de origem ilícita, com a subsequente venda, através da loja Tend Tudo, localizada em Feira. A estrutura da loja, de acordo com a investigação, serviria para “encobrir as suas ações ilícitas, ao receber peças de automóveis derivadas de crimes contra o patrimînio”. Em laudo da Polícia Federal, a loja teria recebido créditos superiores a R$ 40 milhões, sem lastro de notas fiscais para comprovar o montante, o que teria feito a Receita Federal se atentar para as movimentações financeiras.

Como exemplo citado no documento, em 2020, a loja emitiu nota fiscal correspondente ao valor de R$ 3 milhões, referente à venda de mil peças de caminhão, denominadas “Peças de Bob”. A Receita apontou que não houve nenhuma comprovação da entrada desses recursos, já que os auditores não constataram nenhum tipo de aquisição das peças que possibilite a venda de mil unidades. O ato foi descrito pelos auditores como “nota fiscal fria”. A investigação também indica que, em 2016, o próprio Binho Galinha já foi apresentado na Polícia Federal, pela guarda portuária, em ocorrência envolvendo o desvio de carga do Porto de Aratu, mediante a utilização de um caminhão, registrado em seu nome. Outro fato apontado pelo MP foi um ”vínculo financeiro não formal”, identificado na análise da esposa de Binho Galinha, quando foi encontrada a imagem de um cheque de R$ 110.000,00, fato que ”corroboraria” a tese do MP de altas movimentações pelo grupo.

O levantamento de provas aponta também que os denunciados armazenavam ”uma grande quantidade de documentos relativos ao jogo do bicho e recebem créditos em suas contas bancárias advindos dessa prática ilícita’. A banca, nomeada ”ParaTodos”, possui, inclusive, assinatura de Binho Galinha. O MP ainda junta fotos e registros de “arquivos da nuvem” dos envolvidos com ”maços de dinheiro em espécie”.

OPERAÇÂO OCORRENDO

O deputado estadual Binho Galinha (PRD) é considerado o principal alvo da Operação El Patron, deflagrada no final do ano passado, em Feira de Santana. A ação cumpriu 10 mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 40 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas. O Ministério Público do Estado (MP-BA) cobrou um valor total de R$ 700 milhões, acrescentando soma correspondente a danos morais cometidos pela suposta organização criminosa. Na época da deflagração da operação, o deputado Binho Galinha emitiu uma nota dizendo que confiava na Justiça e que estava à “disposição para dirimir dúvidas e contribuir quanto a transparência dos fatos”.

 

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios denuncia Jair Renan, filho de Bolsonaro, por lavagem de dinheiro

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentou denúncia contra Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso, no âmbito da Operação Nexus, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

De acordo com as investigações, Jair Renan teria forjado resultados financeiros de sua empresa Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia para obter empréstimo junto ao banco Santander, que não foi pago. A denúncia criminal no caso está sob sigilo. A instituição financeira também moveu um processo para a cobrança da dívida e obteve uma decisão favorável para o pagamento de R$ 360 mil.

A apresentação de denúncia foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela Agência Brasil. A acusação aponta que o faturamento da empresa de Renan foi inflado a R$ 4 milhões. Procurado, o MPDFT informou que apresentou manifestação no processo e que aguarda decisão judicial. Caso a denúncia seja aceita, tem início uma ação penal.

Em fevereiro, a PCDF apresentou relatório final da investigação, na qual indiciou Jair Renan e seu instrutor de tiro, Maciel Alves, agora também denunciado. O indiciamento foi pelos mesmos crimes. Em agosto do ano passado, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão contra os dois.

O advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan no caso, criticou o vazamento da denúncia para a imprensa. ”Esses vazamentos têm causado o chamado strepitus fori, muito prejudicial à defesa, ao devido processo, à presunção de inocência e, assim, à imagem de quem tem o direito de se defender”.

A expressão jurídica strepitus fori diz respeito ao constrangimento causado pelo próprio processo, cuja mera existência já provoca efeitos negativos ao investigado. ”A sociedade perde  o status de legalidade e humanidade com essa situação. Precisamos evoluir”, acrescentou Gonzaga.

A Agência Brasil entrou em contato com o advogado Pedrinho Villard, que representa Maciel Alves no caso. A defesa do instrutor de tiro disse que não se manifestará sobre a apresentação da denúncia.

Manoel Vitorino: Operação Unum Corpus prende suspeito de atropelar e atirar contra homem em via pública

Em cumprimento à Operação Unum Corpus, equipes da Polícia Civil através da 9ª Coorpin prenderam, nesta quinta-feira (21), um indivíduo apontado como autor de um crime de homicídio ocorrido no município de Manoel Vitorino, no Médio Rio de Contas. De acordo com a Polícia Civil, a vítima teria sido José Marculino de Souza e o fato teria ocorrido no dia 17/11/2023, por volta das 17:30h, na Rua Fidelis Fernandes , s/n, centro de Manoel Vitorino.

As investigações comprovaram que N.S.S, utilizando um veículo, inicialmente atropelou a vítima e logo em seguida desembarcou do seu carro e efetuou  um disparo  contra o rapaz, quando esta ainda permanecia deitado em via pública.

O autor evadiu-se para a zona rural de Manoel Vitorino e só foi localizado após intensas buscas realizadas pelos Investigadores da PCBA. O veículo usado no crime também foi apreendido durante a operação policial.

12ª fase da Operação Unum Corpus inicia o dia com prisões na região; suspeitos de passar com carro por cima de vítima são presos

Em Maracás, delegado acompanha prisões de suspeitos. Foto: Divulgação

A 12ª fase da Operação Unum Corpus, da Polícia Civil da Bahia, envolve policiais de 26 Coordenadorias Regionais do Interior, incluindo a 9ª Coorpin de Jequié, que desde as primeiras horas da manhã de hoje, quinta-feira (21) já cumpriu 90 mandados de prisão, 09 dos quais na região: 03 em Maracás, 02 em Jequié, 02 em Jaguaquara, 01 Manoel Vitorino, 01 Jitaúna. O objetivo da ação é prender criminosos envolvidos em homicídios e tráfico de drogas.

Em Maracás, a equipe coordenada pelo delegado titular local Moabe Lima, em cumprimento a mandados de busca e apreensão domiciliar, constantes do processo n° 8000144-85.2024.8.05.0160, localizou uma fábrica caseira de armas artesanais. No local, segundo a polícia, foram apreendidas 02 (duas) espingardas, várias munições de vários calibres intactas e deflagradas, além de petrechos para fabricação de armamento. O proprietário do imóvel não se encontrava no momento da diligência, motivo pelo qual foi instaurado inquérito regular para apurar o fato.

Ainda em Maracás, a polícia cumpriu outros mandados de prisões preventivas, constantes do processo n° 8000155-17.2024.8.05.0160, detendo A.B.S.F., S.O.S e M.C.A.G., os quais, no dia 05/02/2024, esfaquearam e passaram por 02 (duas) vezes com um automóvel sobre o corpo da vítima. O fato deu-se após uma discussão, motivando os autores a perpetrarem o crime.

Na mesma cidade, de acordo com informações do delegado titular Moabe Macedo Lima, policiais conseguiram recuperar 03 (três) tablets furtados no mês de fevereiro do Colégio Estadual Edvaldo Boa Ventura, bem como localizar e qualificar o autor do crime. As pessoas que adquiriram os aparelhos através do autor do furto irão responder pelo crime de receptação. A Operação Unum Corpus continua sendo realizada em outros municípios da área de jurisprudência da 9ª Coorpin.

Combate à dengue na Bahia ganha reforço de equipe do Ministério da Saúde para inspecionar o cenário da doença no estado

O reforço do Ministério começa por Feira de Santana. Foto: Ascom/Sesab

A pedido da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), uma equipe do Ministério da Saúde (MS) veio à Bahia para inspecionar o cenário da dengue no estado, iniciando por Feira de Santana e Vitória da Conquista, e auxiliar nas ações de combate e prevenção à doença nos municípios, que estão entre os 272 em epidemia no Estado. As funcionárias do MS visitaram as duas cidades nesta quarta-feira (20) para sugerir iniciativas que possam incrementar o trabalho já realizado pelo Governo da Bahia em parceria com as equipes municipais e aperfeiçoar a assistência à população.

”São dois municípios com epidemia alta e é importante esse trabalho conjunto com o Ministério da Saúde, para que possamos contar com a experiência da equipe vinda de Brasília e também ter um olhar externo para construirmos novos caminhos e seguirmos com as ações que vêm dando certo. Tudo isso com foco na população e na prevenção de novos óbitos pela dengue em nosso estado”, explica a superintendente de Proteção e Vigilância em Saúde, Rívia Barros.

Em Feira de Santana, a avaliação é que o trabalho do MS possa auxiliar numa melhor resposta do município nas ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e Zika, na prevenção das doenças e num suporte mais adequado na atenção básica. Equipes da Sesab detectaram uma subnotificação de casos e necessidade de maior ajuda da gestão de saúde municipal. A organização da rede de atenção básica é fundamental para conter a dengue e evitar novos casos graves e óbitos, de acordo com Morgana Caraciolo, epidemiologista da Coordenação Geral de Vigilância das Arboviroses do Ministério da Saúde.

”Cada município é uma realidade, um gestor. Existe uma diversidade de cenários e sabemos o que tem sido feito na Bahia porque temos realizado esse monitoramento, não só aqui, como nos demais estados. Estamos aqui para avaliar e apoiar o estado com ações e orientações do Centro de Operações de Emergências do ministério”, analisa Morgana.

Na avaliação do Ministério, o aumento da temperatura por conta das mudanças climáticas e o cenário pandêmico da covid-19, que comprometeu ações de controle vetorial das arboviroses e a mobilização de equipes nos anos mais recentes, vêm contribuindo para o aumento de casos de dengue em todo o país.

As equipes do MS e da Sesab reconhecem que, além do trabalho nas esferas federal, estadual e municipal, é preciso que a população entre de vez no combate e na prevenção à doença. ”É preciso que as pessoas se apropriem desse conhecimento sobre a dengue, chikungunya e Zika e combatam possíveis focos do mosquito dentro de suas residências. A falta de cuidado cria um ambiente favorável às doenças”, afirma Rívia Barros.

Mulheres médicas são maioria em equipes de oncologia, mas chefiam menos, diz pesquisa Liderança Feminina na Oncologia

As mulheres são maioria nas equipes e departamentos de oncologia no Brasil. No entanto, elas estão menos em cargos de chefia do que os homens. É o que mostra a pesquisa Liderança Feminina na Oncologia, encomendada pela Sboc (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica) para o Datafolha.

A disparidade salarial entre homens e mulheres também foi notada por 44% dos médicos que responderam a pesquisa, principalmente na oncologia como um todo. Isso impacta diretamente na satisfação com a progressão de carreira, que é mais alta entre os médicos homens.

Participaram da pesquisa profissionais associados à Sboc, com entrevistas online realizadas entre 11 de dezembro e 19 de janeiro. Ao todo foram 381 entrevistas, das quais 55% foram mulheres e 445 homens com média de 42 anos. Na amostra predominam as pessoas brancas e da região Sudeste.

O maior número de mulheres nas equipes –com média de oito mulheres e seis homens– e departamentos –com média de 13 mulheres e nove homens– reflete a oncologia no Brasil e a realidade na medicina em geral. É o que afirma Anelisa Coutinho, presidente da Sboc e médica oncologista. Segundo a demografia médica no Brasil 2023, do CFM (Conselho Federal de Medicina), mulheres representam 49% entre os profissionais da medicina.

Apesar disso, existe uma grande diferença na ocupação dos cargos de chefia. “Há ainda um preconceito por parte da sociedade e muitas vezes daqueles que chefiam, que acham que a mulher não deve ocupar esses cargos”, diz Coutinho.

A pesquisa mostra que os oncologistas homens ocupam majoritariamente cargos de comando: eles são 62% nas equipes e 66% nos departamentos, diante 38% e 34% das mulheres respectivamente. As justificativas para isso acontecer, diz a presidente da Sbco, são múltiplas. ”É porque ela tem outras tarefas, porque tem a casa, tem os filhos, porque vai se ausentar por causa da gestação”, diz. ”Tem um monte de justificativas que não passam de preconceitos, porque uma mulher bem preparada e que tenha um perfil de liderança vai ocupar qualquer cargo que ela quiser.”

Dentre os médicos que responderam a pesquisa, os homens profissionais de oncologia têm mais filhos menores. Porém, as mulheres foram as que mais assinalaram ser as principais responsáveis pelo cuidado com os mesmos –32% frente a 6% dos homens.

Nesse cenário, 12% dos homens e 2% das mulheres responderam que o(a) cônjuge ou parceiro(a) tomam conta da criança. Já 79% dos homens sinalizaram que ambos cuidam diante de 46%.

Ter filhos se mostra um desafio na carreira de mulheres oncologistas, afirma Coutinho. “Nem todas as mulheres vão ter uma estrutura suficiente que dê suporte, e às vezes não têm um parceiro ativo. Então, certamente que para uma porção de mulheres vai ser um limitante no crescimento da carreira.”

Apesar de ser um desafio, a médica diz que é possível. Ela conta que tem dois filhos e parou de trabalhar quando eles nasceram. ”Às vezes tem que abrir mão temporariamente de alguma coisa.” Quando voltou, intercalava uma amamentação e outra com o atendimento de pacientes.

O acúmulo de tarefas domésticas e funções do trabalho podem sobrecarregar as mulheres e consequentemente desacelerar a evolução de sua profissão. Na pesquisa, a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional foi tida por 63% dos médicos como principal obstáculo ou desafio enfrentado na progressão de carreira –dos que responderam 72% têm filhos.

Outro obstáculo é a dificuldade para passar um tempo no exterior ou em um instituto diferente para bolsa de pesquisa, sinalizado por 30% dos médicos. Um ponto levado em consideração apenas por mulheres foi a pressão social e preconceito cultural de gênero com relação a responsabilidades familiares e domésticas. “No mundo atual, essa nossa multiplicidade de tarefas e de obrigações acaba impactando também na satisfação”, diz a médica.

O levantamento mostra que o grau de satisfação com a progressão em suas carreiras é mais alto entre os homens do que entre as mulheres. E isso, para Coutinho, é fruto do desequilíbrio. “O homem tem mais chances, mais oportunidades, porque às vezes ele só se concentra na carreira.”

Para 54% das mulheres, o gênero teve influência na falta de oportunidades profissionais. Apenas 1% dos homens acha isso. Já 40% das médicas acreditam que o fato de serem mulheres também influenciou a definição de seus salários, diante de 5% dos homens. Para Coutinho, esses números chamam atenção e fazem as pessoas refletirem sobre o assunto. ”A partir daí vem as mudanças.” As informações são do site Bahia Notícias

Corpo carbonizado é encontrado em local conhecido como ”antigo lixão” na cidade de Itabuna; vítima era motorista por aplicativo

 

Um corpo carbonizado foi encontrado nesta quarta-feira (20), em um local conhecido como ”antigo lixão de Itabuna”, no sul da Bahia. De acordo com a Polícia Militar da cidade, o corpo estava próximo a uma motocicleta.

O caso aconteceu apenas quatro dias depois que outro corpo carbonizado foi achado na cidade. No sábado (16), a polícia encontrou o corpo de um homem dentro de um carro que também estava queimado.

Na ocasião, a TV Santa Cruz, afiliada da Rede Bahia no sul do estado, apurou que a vítima encontrada no porta malas seria o motorista por aplicativo Roberto Carlos de Jesus Silva, de 23 anos. Ele estava desaparecido e, assim como o corpo encontrado, tinha uma prótese na perna esquerda. Apesar disso, a polícia ainda não confirmou a informação.

No caso desta quarta-feira, o corpo carbonizado foi levado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Itabuna e ainda não foi identificado. A moto foi retirada do local e vai passar por perícia. A Polícia Civil da cidade ainda informou que, como não há identificação da vítima, ainda não existe uma linha de investigação do caso. G1

Câmara dos Deputados aprova texto-base do novo ensino médio; proposta estabelece uma carga horária de 2,4 mil horas para a formação geral

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (20) o texto-base do projeto de lei que redefine a Política Nacional do Ensino Médio no Brasil. A proposta aprovada estabelece uma carga horária de 2,4 mil horas para a formação geral básica (somados os três anos) e 1.800 para a formação técnica, de forma escalonada. A proposta ainda deverá ser analisada pelo Senado. 

Os deputados federais votam agora os destaques, que podem alterar pontos da proposta. A votação em Plenário foi acompanhada pelo ministro da Educação, Camilo Santana. O relator do projeto de lei que revisa o novo ensino médio, deputado Mendonça Filho (União-PE), destacou que as proposições garantidas no texto contemplaram as preocupações do governo de elevar a carga horária para a formação geral básica. ”A grande virtude dessa proposta é que ela foi fruto de uma ampla negociação”.

O projeto aprovado é uma alternativa à reforma do ensino médio estabelecida em 2017, que previa 1,8 mil horas para a formação básica, com 1,2 mil para os itinerários formativos, que são as disciplinas que o aluno escolhe para se aprofundar a partir do que lhe é ofertado. O governo atual enviou uma nova proposta ao Parlamento, estabelecendo a formação básica mínima de 2,4 mil horas.

O substitutivo aprovado mantém como opcional a oferta da língua espanhola. Também mantém a possibilidade de contratar profissionais com notório saber, sem formação em licenciatura, para disciplinas do itinerário técnico profissionalizante.

Os itinerários formativos terão carga mínima de 600 horas e serão compostos pelo aprofundamento das áreas de conhecimento, consideradas as seguintes ênfases: linguagens e suas tecnologias;  matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas; e formação técnica e profissional.

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), agradeceu o relator pela construção de um consenso com o governo e com todos os partidos da Câmara. ”É assim que se constrói políticas públicas e um resultado pautado no diálogo” disse.

Alguns parlamentares do PT e do PSOL criticaram pontos do projeto aprovado, como a possibilidade da atuação de profissionais com notório saber na formação profissional e técnica e a carga horária menor para o ensino técnico. O deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) disse que o estabelecimento de 1,8 mil horas para o ensino técnico vai resultar na precarização dessa modalidade. ”Teremos dois ensinos médios, um da formação geral que poderá ser integral, e outro da formação técnica, que será precarizada, porque essa será para pobre”, criticou.

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) também criticou a regra que diz que a oferta de formação técnica e profissional poderá ser feita mediante cooperação técnica entre as secretarias de educação e as instituições credenciadas, preferencialmente públicas. ”Na prática, isso significa que eles vão preferir fazer com a rede privada. e a gente sabe quais são os setores que fazem lobby desde a aprovação do novo ensino médio”, disse. Da Agência Brasil

Justiça; Advogado baiano de Jaguaquara que atuou no caso Daniel Alves diz que recebe com naturalidade notícia da soltura

Augusto Mendes Araújo, baiano de Jaguaquara, acompanhou a mãe de Daniel na Espanha

O advogado criminalista Augusto Mendes Araújo, baiano de Jaguaquara, radicado em Rio Preto/SP, que integra a banca de defesa do jogador Daniel Alves, na Espanha, se manifestou, em rede social, nesta quarta-feira (20), sobre a decisão da Justiça da Espanha, que concedeu liberdade provisória ao atleta, condenado por estupro em Barcelona. Para isso, o ex-jogador da Seleção Brasileira precisará pagar fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões) e terá que seguir outras determinações durante o período em que estiver fora da prisão.

Ao se pronunciar sobre a decisão o advogado Augusto disse que encara com naturalidade a informação da soltura. ”Recebemos com muita alegria essa notícia, mas também com muita naturalidade, porque já era aguardado. Quando eu e a doutora Graciele Queiroz estivemos lá na Espanha acompanhando todo o julgamento do jogador Daniel Alves juntamente com a família dele, nós acreditávamos, sempre, que essa soltura chegaria e até achamos que demorou muito, principalmente depois da prova que foi colhida no judiciário, uma prova frágil, uma prova em que a própria sentença diz que a palavra da vítima, por diversas vezes, quando confrontada quando as imagens das câmeras de segurança se mostrava inverídica”, disse Augusto.

Jequié: Prefeito recebe diretor-presidente da empresa australiana, que apresenta o Projeto de terras raras Campo Grande

Zé Cocá recebe diretor-executivo da Equinox Resources, Zac Komur. Foto: Rede social

O prefeito de Jequié, Zé Cocá, recebeu, nesta quarta-feira (20) o diretor-executivo da Equinox Resources, Zac Komur, empresa australiana do setor de mineração que apresentou ao chefe do Executivo da Cidade Sol o Projeto de Terras Raras Campo Grande, que abrange uma área de 1.755,2 km² na região.

As Terras Raras são um conjunto de elementos químicos, normalmente encontrados na natureza misturados a minério e tem propriedades especiais que fazem com que sejam usadas numa infinidade de aplicações tecnológicas, como lâmpadas de LED, lasers, motores de carros elétricos, na produção de petróleo. Atualmente, o Brasil tem a segunda maior reserva mundial conhecida de Terras Raras, e Jequié está incluída nessa lista.

Com expectativa de investimentos iniciais de R$ 10 milhões de reais e previsão de gerar 500 empregos na etapa de pesquisa, o projeto apresentado tem responsabilidade ambiental e potencial de proporcionar um crescimento notável para Jequié e toda a nossa região.

O diferencial deste projeto está na possibilidade de extração eficiente e econômica, com depósitos próximos à superfície, em profundidades aproximadas de 10 metros. Isso permite um processo de extração simplificado, com custos controlados, utilizando níveis de pH específicos para a coleta desses elementos essenciais. Antes do encontro com Zé Cocá, a Equinox já teria anunciado a contratação da empresa Raio X para realizar trabalhos de perfuração, visando a sondagem do projeto.

Superior Tribunal de Justiça (STJ) decide que Robinho deve cumprir pena por estupro no Brasil; ex-jogador ainda pode recorrer ao

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-feira (20), por 9 a 2, que Robson de Souza, nome do ex-jogador de futebol Robinho, deve cumprir no Brasil a pena de nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo ao qual foi condenado na Itália. 

Pela decisão, assim que o processo de homologação encerrar sua tramitação no STJ, Robinho deve ser preso em Santos, onde mora. O ex-jogador ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um habeas corpus ou de um recurso extraordinário.  ”Entendo que não há óbice constitucional ou legal para a homologação da transferência da pena solicitada pela Justiça da Itália”, afirmou relator do caso, ministro Francisco Falcão, primeiro a votar.

Para Falcão, como a Constituição não permite a extradição de brasileiro nato, não resta alternativa se não a transferência da pena. “Quando a extradição não for cabível, impõe-se a incidência da transferência de execução da pena, justamente para que não haja impunidade decorrente da nacionalidade do indivíduo”, pontuou.

”Defender que não se possa executar aqui a pena imposta em processo estrangeiro é o mesmo que defender a impunidade do requerido pelo crime praticado, o que não se pode admitir, sob pena de violação dos compromissos assumidos pelo Brasil em plano internacional”, complementou Falcão.

Isso porque o ordenamento jurídico brasileiro também impede que alguém seja julgado duas vezes pelo mesmo crime, frisou Falcão. Por esse motivo, se a sentença não for transferida para o Brasil, isso resultaria na impunidade.  ”Caso não se homologue a transferência de execução da pena, a vítima terá sua dignidade novamente ultrajada, pois o criminoso ficará completamente impune diante da impossibilidade de deflagração de nova ação penal no Brasil”, disse Falcão.

Votaram como o relator os ministros Herman Benjamin, Humberto Martins, Luis Felipe Salomão, Mauro Campbell, Isabel Galotti, Antonio Carlos Ferreira, Villas-Bôas Cueva e Sebastião Reis. Ficaram vencidos os ministros Raul Araújo e Benedito Gonçalves.

”O Brasil não pode ser refúgio para criminosos”, disse Campbell. Os ministros do STJ não examinaram as provas e o mérito da decisão da Justiça italiana, mas julgaram se foram preenchidos todos os requisitos legais para que a pena de prisão seja cumprida no Brasil, conforme requerido pela Itália.  O crime ocorreu em uma boate de Milão em 2013, mostram os autos do processo. A condenação de Robinho foi confirmada em três instâncias na Itália e transitou em julgado, ou seja, não há mais recursos possíveis no Judiciário italiano.

Divergência

O ministro Raul Araújo foi o primeiro a divergir. Para ele, a homologação da sentença não seria possível em caso de brasileiro nato, como Robinho, que não pode ser extraditado. Isso porque a Lei de Migração, que prevê a transferência de pena para o Brasil, diz que o procedimento só se aplica “nas hipóteses em que couber solicitação de extradição executória”.

Araújo também apontou para o tratado bilateral de cooperação jurídica em temas penais, assinado por Brasil e Itália e tornado efetivo por decreto em 1993. O acordo prevê que a cooperação em assuntos criminais não se aplica “à execução de penas restritivas de liberdade”.

O ministro começou seu voto lembrando que as garantias da Constituição que protegem o brasileiro nato serve para todos, embora somente quando precisamos que costumamos nos lembrar. “As garantias só nos preocupam e nos são especialmente caras e muito perceptíveis quando sentamos no banco dos réus ou quando temos uma condenação”, afirmou Araújo.

Ele negou que seu voto fosse a favor da impunidade. ”A ausência de requisitos legais [para a homologação] não resulta em impunidade. [Robinho] estará sujeito a julgamento e processo no Brasil”, disse Araújo. Para ele, se aplicaria ao caso a regra do Código Penal, segundo a qual o brasileiro nato pode ser processado no Brasil por acontecimentos no estrangeiro.  Em voto breve, o ministro Benedito Gonçalves acompanhou a divergência.

Sustentações

Antes do relator, a defesa de Robinho sustentou que a transferência da sentença estrangeira seria inconstitucional, por esvaziar o direito fundamental de não extradição de brasileiro nato. Além disso, o advogado José Eduardo Alckmin, que representa Robinho, apontou que tratados bilaterais entre os dois países proíbem expressamente a cooperação jurídica para a execução de penas restritivas.

Outro argumento foi de que a Lei de Migração (Lei 13.445/2017), que prevê o instituto de transferência de execução de pena, foi aprovada em 2017, enquanto os fatos criminosos ocorreram em 2013. Alckmin defendeu que a norma tem natureza penal, e por isso não poderia retroagir para prejudicar o réu. ‘Em face da nossa Constituição, não poderia retroagir para alcançar um fato ocorrido antes de sua vigência”, argumentou o advogado.

O relator, contudo, rebateu todos os argumentos. No último ponto, Falcão entendeu que a norma que permite a transferência do cumprimento de pena possui natureza procedimental, sendo assim de aplicação imediata, inclusive a fatos do passado. ”Perfeitamente aplicável a Lei de Migração ao caso concreto”, afirmou.

Essa foi a argumentação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que também defendeu a transferência de pena. “Não se pode permitir a impunidade de brasileiro que cometeu crime no exterior simplesmente porque o Brasil não o extradita”, disse o vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand.

Edição: Carolina Pimentel

Esporte: Bahia vence o Vitória de virada por 2 a 1 na Fonte Nova e avança às quartas de final da Copa do Nordeste

Jean Lucas e Kanu marcaram para o Bahia. Foto: Maurícia da Matta / Bahia Notícias

Bahia e Vitória se enfrentaram na noite desta quarta-feira (20), na Arena Fonte Nova, em partida válida pela 6ª rodada da Copa do Nordeste 2024. Em jogo recheado de alternâncias, o Bahia se viu nervoso com o gol de Alerrandro logo no começo do jogo, mas ainda no primeiro tempo buscou o empate e a virada com gols de Jean Lucas e Kanu, fechando o placar em 2 a 1.

Com o resultado, o tricolor se classica para o mata-mata da competição e garante o primeiro lugar do Grupo B da Copa do Nordeste, por estar dez pontos à frente do 5º colocado, o Treze-PB. O próximo desafio do tricolor será no domingo (24), contra o Maranhão, também pela Copa do Nordeste. As informações são do site Bahia Notícias