O prefeito Luiz Carlos Cardoso (PT) informou, nesta quarta-feira (18), em entrevista ao Blog Marcos Frahm, que pode demorar até mais de um mês para ser fechada a cratera na Rodovia BR-420, no perímetro urbano de Mutuípe, no Vale do Jiquiriçá. O motivo, além da chuva que cai na região, segundo o gestor, é a resistência de cinco famílias que residem em imóveis localizados às margens da rodovia, num local próximo onde houve o desmoronamento de um barranco e resultou na abertura de cratera na pista de rolamento, impedindo a passagem de veículos no trecho. As cinco famílias do Loteamento Beira Rio, correm risco de vida por conta da ameaça de um novo deslizamento de terra na localidade, onde um pedreiro já morreu soterrado, mas não querem sair de suas casas e impedem que a obra seja tocada pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT, responsável pela conservação da rodovia federal. Na última terça-feira (17/09), um grupo de moradores realizou um protesto numa avenida da cidade, utilizada como rota de desvio em decorrência do bloqueio na pista e criticaram o prefeito o acusando de não dar atenção especial ao problema.
Nesta quarta, o gestor rebateu as críticas aplicadas por líderes do grupo que realizou o ato público e disse que já houve intervenção da Prefeitura junto ao DNIT, mas o órgão assegura que, enquanto as famílias permanecerem no local, não irá iniciar a obra de recuperação do pavimento na estrada. ”As últimas semanas tem sido de chuva na região e o DNIT tem dito que não pode fazer nenhuma ação enquanto a terra estiver molhada. Outro problema é a questão dos moradores, que estão próximo do paredão e é preciso que haja a retirada dessas famílias para que a obra seja tocada. A Prefeitura já alugou cinco casas para abrigar essas pessoas enquanto a obra é realizada, mas elas insistem e isso dificulta o trabalho” disse o petista. Segundo Carlinhos, após a manifestação de terça-feira ocorreu uma audiência pública para debater o problema, com manifestantes, Prefeitura e Ministério Público, resultando determinação judicial, de maneira imediata, para que as famílias desocupem os imóveis. O prefeito ainda rechaçou a informação de que o Poder Público em Mutuíte teria feito doação do terreno onde houve o deslizamento para construção de obras particulares. ”Eu passei oito anos na Prefeitura e naquela época vários pedidos foram feitos para que eu liberasse essa construção, nas nós não liberamos. Agora, aqueles que me aplaudiram por não ter liberado, estão tirando proveito da situação para tentar ofuscar o trabalho da nossa gestão. O terreno foi doado na administração anterior, e o gestor era outro. É preciso que haja consciência de que a responsabilidade da obra é do DNIT”, bradou. O mandatário não descarta conotação política na manifestação e diz enfrentar má interpretação de opositores.
