O censo populacional que foi realizado este ano em Maracás, localizada no Vale do Jiquiriçá, constatou que a população existente na cidade encolheu entre 2013 e 2015. No censo anterior, a Cidade das Flores, conhecida também como Terra do Índio, que completou neste ano 160 anos de emancipação político-administrativa, aparece com 24.491 habitantes. Já em 2015, o número caiu para 23.751 – queda de 4,9%. Mas o prefeito de Maracás, Paulo dos Anjos (PT), contesta o resultado do levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O chefe do Executivo municipal acredita que o número seja maior e disse em entrevista ao Blog Marcos Frahm que vai pedir a revisão dos dados populacionais. Paulo prevê queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que consequentemente apresenta redução com a diminuição da população, e analisa que a coleta de dados pode não ter abrangido todo o município. Um dos argumentos do prefeito é referente ao fato de Maracás ser um dos maiores municípios em extensão territorial do Vale do Jiquiriçá, tendo uma zona rural muito grande, o que para ele proporciona um alto número de moradores vivendo em comunidades rurais, bem como em fazendas e sítios, e Paulo acredita que não foi prontamente identificado no resultado final do Censo 2015. Nas contas do gestor, Maracás pode estar beirando a casa dos 30 mil habitantes. ”Eu estou numa luta grande contra o IBGE. Maracás não pode ter nunca 23 mil habitantes. Em 1991, a cidade tinha 7.153 habitantes e, de lá pra cá, só cresceu, pois nós temos dados que comprovam o crescimento da população. Eu estou perguntando ao IBGE de que forma que eles fazem essa contagem. Maracás têm quase 30 mil moradores, sempre cresceu, e porque agora apresentou queda? Nós queremos uma explicação. Será que o recenseador passou em todas as localidades mesmo”,?, contesta o mandatário. De acordo com Paulo dos Anjos, os seus questionamentos se baseiam em vários pontos, entre eles, o índice de novos moradores que chegaram à cidade. ”Vamos apresentar todos os dados, inclusive depois da chegada da mineradora, a Vanádio Maracás, que atraiu estudantes, trabalhadores, enfim, muitos moradores. Nós vamos mostrar os dados com o número de eleitores, de óbitos registrados e o número de pessoas que nasceram nesse período. Já estamos enfrentando essa crise que o país atravessa, gerando queda do FPM e agora pode cair mais, depois desse resultado do IBGE e quem ficará no prejuízo é a população, pois nós teremos que diminuir os investimentos”.