A crise financeira que atinge o país tem deixado ”apreensivos” os prefeitos, que dizem ver estrangulado o orçamento dos municípios. Os gestores sentem os efeitos da redução de custos e enxugamento da máquina pelo governador federal. Líder do Consorcio do Vale do Jiquiriçá – CVJ, entidade que representa 18 dos 20 municípios do território, o prefeito de Lafaiete Coutinho, Zenildo Santana – Zé Cocá (PP) disse que há uma preocupação dos gestores associados, que se sentem angustiados com a queda de receitas e com o não repasse de verbas, por parte do governo, para o custeio de obras públicas, que se arrastam nos municípios. Com o objetivo de atravessar o ”momento crise”, além de focar os recursos na tentativa de manter a normalidade aos moradores de Lafaiete, que também sentem os reflexos da crise, o prefeito anunciou a redução, em 10%, do seu próprio subsídio e dos salários dos comissionados. ”Nós baixamos um decreto, em primeiro de julho agora, reduzindo em 10% o nosso salário e dos comissionados. Lafaiete Coutinho teve uma queda de 14,2% de receita de janeiro a maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Eu digo sempre, que se o gestor não se reorganizar, não reduzir despesas, ele não fecha as contas. É uma crise generalizada e os municípios precisam se readaptar a essa crise financeira. É difícil fazer gestão com aumento no preço do combustível, de energia elétrica e reajuste do piso dos professores. Infelizmente, nós temos que reduzir custos, com todos os contratados e contratos”, lamenta. Zé Cocá orienta aos gestores a não se afastarem da imprensa. Para ele, quanto mais omitir as limitações financeiras da administração, pior será para o gestor, que sofrerá com as cobranças dos munícipes e desgaste político. ”Eu acho que está no momento do prefeito mostrar para as pessoas o que ele está fazendo, e o que ele não está podendo fazer. Nós precisamos ser transparentes, ir para os veículos de comunicação e revelar os problemas que as prefeituras estão enfrentando, para que a população entenda o que nós chamamos de crise. Não podemos esconder as nossas dificuldades diante dessa fase. Fugir da imprensa não é o caminho, porque a própria imprensa está nos ajudando, mostrando os reflexos da crise generalizada que assola o nosso país”, orienta, Zé Cocá.
