A sessão extraordinária da Câmara Municipal de Jequié, na noite desta quarta-feira (8), foi marcada por muita confusão e bate-boca entre vereadores e servidores públicos municipais, que retornavam ao prédio-sede do Poder Legislativo jequieense para acompanhar a discussão sobre o Projeto de Suplementação do orçamento do município, enviado a Casa pela prefeita Tânia Britto (PP), de mais de 22% no Orçamento Municipal. Na terça-feira (7), o Projeto teria sido apresentado em plenário, na presença dos servidores, que estão com os salários em atraso e a proposta foi encaminhada pelo presidente José Simões (PP0 para as Comissões de Justiça e Finanças (presididas pelos vereadores José Wanderley e Ednael Almeida, respectivamente) para emitirem seus pareceres. Com a presença de dezenas de funcionários terceirizados e prestadores de serviços, não se chegou a um acordo nas propostas apresentadas por vereadores das bancadas da maioria e minoria. Segundo o Jequié Repórter, o Projeto de Suplementação do orçamento não teve nenhuma evolução na sessão desta quarta e presidente Simões explicou que o texto estava em mãos dos presidentes das comissões de Justiça e Finanças, para emitirem seus pareceres. O prazo de que dispõem é de cinco dias. O presidente da Comissão de Justiça, vereador José Wanderley disse que estava com o seu parecer pronto. Já o presidente da Comissão de Finanças, Ednael Almeida que havia na sessão anterior comunicado a impossibilidade de estar presente por questão de saúde, não emitiu parecer, sem o qual o projeto não pode ser apreciado.
Após anunciar contato telefônico feito com o vereador Ednael Almeida, José Simões levou ao plenário proposta de designação de dois vereadores para emitir parecer pela Comissão de Finanças, com sugestão de suplementação de 10% do orçamento destinado a quitação da folha de pessoal, o que não foi acatado por vereadores da maioria favoráveis a aprovação do índice de 22% constante do pedido original feito pela prefeita Tânia Britto. A divergência resultou em novo impasse, com o encerramento da sessão sem nenhum avanço. Também não estiveram presentes à sessão os vereadores Joaquim Caires e Deyvison Batista, este último com licença médica. Revoltados, servidores que acompanhavam a sessão arremessaram ovos em direção aos vereadores. Após o encerramento, os manifestantes permaneceram dentro do prédio do legislativo em face a uma barreira formada em frente à porta de acesso por alguns manifestantes que não permitiam a entrada ou saída de pessoas do local. Do lado de fora muitas outras pessoas se postaram aguardando o desenrolar dos acontecimentos ao tempo em que vaiavam e repetiam palavras de ordem. A Polícia Militar foi solicitada e quatro viaturas foram deslocadas para a Rua Dois de Julho para controle da situação. Com a presença dos policiais, os manifestantes passaram a entoar, “ão,ão,ão polícia é pra ladrão”. Gradativamente vereadores e funcionários foram deixando o local. O vereador Tinho (PV), foi o único vereador que não recebeu vaias da plateia, informou o site Jequié Repórter. Os pareceres do projeto de suplementação deverão ser votados na sessão da próxima terça-feira, que também poderá ser marcada por manifestações.