Uma declaração feita nesta semana pelo presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Eures Ribeiro, prefeito de Bom Jesus da Lapa, revelou que a crise financeira ainda é objeto de alegação dos prefeitos quando o assunto é recursos públicos. Eures disse que 2017 foi um ano muito ruim para os gestores de todo o Brasil, e para os da Bahia em especial. Ele estimou, em entrevista, que aproximadamente 60% dos 417 gestores baianos ainda não conseguiram pagar o 13º salário dos servidores públicos municipais. E para os outros 40% que conseguiram quitar à gratificação a situação também não está muito boa. É o caso do prefeito de Jaguaquara, Giuliano Martinelli, que é vice-presidente da UPB. Na maior cidade do Vale do Jiquiriçá, pagamento de 13º salário já é assunto encerrado para o chefe do Executivo. A Prefeitura conseguiu efetuar o pagamento, antes do Natal. Porém, há servidores sobrevivendo em meio ao furacão e passando sufoco, sem receber os seus proventos. E são os funcionários contratados, sobretudo os da Educação, que não recebem salários há três meses. A informação é do próprio prefeito, Giuliano, que não escondeu as dívidas durante entrevista ao repórter Márcio Lima, da Rádio 93FM de Jequié e admitiu a inadimplência da gestão com os servidores. ”O décimo terceiro está em dia, graças a Deus. Temos até o dia 31 para equalizar as fianças, pois estamos com um atraso de três meses da educação, infelizmente ainda com essa pendência, mas acredito que pagaremos os salários de outubro e novembro ainda neste ano, senão, teremos até o quinto dia útil do mês subsequente para realizarmos o pagamento, dentro do prazo legal”, disse o gestor. Martinelli, que reclama da redução de repasses do Governo Federal, conseguiu emplacar na Câmara de Vereadores, na última terça-feira (26), um Projeto de Lei que dispõe sobre um novo Código Tributário de Jaguaquara e aposta que, com o cenário de crise generalizada no país, a situação das prefeituras não terá melhora tão rápida em 2018 e que com a arrecadação de tributos municipais e a redução de gastos com pessoal, depois da extrapolação nas contratações em 2017, com mais de 1 mil trabalhadores contratados, irá implantar educação financeira na administração municipal, para evitar que novos atrasos ocorram. Caso se confirme o repasse do socorro financeiro do Governo Temer aos municípios, nesta quinta-feira (28), Jaguaquara receberá R$ 661.143,17 para fechar as contas. ”A gente contrata como forma de acalentar aquelas pessoas que procuram a prefeitura em busca de emprego, mas os recursos destinados estão cada vez mais escassos e, para fechar as contas, mesmo com demissões de grande parte dos servidores, a prefeitura encontra dificuldades, principalmente por sofrer com redução de pesasses. Vamos mudar esse cenário com uma educação financeira, até porque a nossa marca não é a de dívidas, e sim a de honrar compromissos”. Apesar das lamentações, no que concerne ao financeiro, o prefeito diz estar otimista para 2018, com aprovação de projetos que contemplarão a cidade com obras. ”O ano não só foi de problemas. Tivemos muitas realizações com recursos próprios e continuamos a trabalhar, com pavimentação de ruas, recuperação de estradas, aquisição de novos veículos e muita coisa ainda está por vir. Iremos fazer uma revolução na infraestrutura do município com obras que sempre foram desejadas e nunca realizadas pelas gestões passadas, e o exemplo está no cumprimento das nossas promessas com a obra da praça JJ – Seara, com a praça do Cruzeiro, asfaltamento da Bela Vista, quiosques da Rua do Triângulo, entrega de quadras, postos, enfim, entregamos o que encontramos emperrados e agora estamos lutando para tornar realidade o sonho dos jaguaquarenses de contarem com creches para as crianças, cujas obras encontramos abandonadas e estamos na luta com o deputado Cacá Leão para concretizarmos esses projetos”, concluiu o mandatário, em contato com o Blog Marcos Frahm.