Cássio Peixoto já trabalhou no Ministério da Agricultura e foi presidente da Bahia Pesca. Seu currículo fez com que ele fosse escolhido para assumir, no final de 2014, a recém criada Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, que já nascia com um grande desafio: levar água potável e saneamento básico para milhares de baianos, principalmente no interior. Em entrevista site ao Bahia Notícias, Peixoto fala sobre o impacto do programa Água Para Todos, dos desafios enfrentados durante a grave estiagem pela qual a Bahia passou nos últimos anos e sobre as principais fontes de desperdício de água no estado.
A secretaria foi criada durante a reforma administrativa do governador Rui Costa, no final de 2014. Como foi participar da estruturação dessa nova pasta e definir as prioridades dela? Qual foi o maior desafio até agora?
Primeiro foi assegurar água e saneamento. Porque água é um direito de todos, é constitucional. Por isso, era necessário dar segurança hídrica para se garantir a saúde da população. Portanto, a secretaria foi criada para unificar as diversas ações que estavam dispersas em outras unidades do governo. Era necessário ter um comando único. O esforço maior do governo tem sido na educação e na saúde. Mas não adianta se ter tantos investimentos em clínicas, UPAs e hospitais enquanto você não oferecer o produto básico, que é a água potável e de qualidade, que possa impedir que as pessoas tenham endemias provocadas por água mal tratada. Então se tratando do básico, isso vai refletir mais adiante nos aspectos da política de Estado. Esse é um desafio não só pra Bahia, quanto pro Brasil e até pro mundo. Hoje, mais de 768 milhões de pessoas não têm acesso a água potável. Mais de 2,5 bilhões não esgotamento sanitário no mundo, dos quais 71% se concentram nas zonas rurais – o que também é um desafio para a Bahia. Além disso, 1,5 milhão de crianças morrem por conta de doenças, principalmente a diarreia, por conta da falta de água tratada e do esgotamento sanitário. Nós estamos quase atingindo a sanealização quando se fala em água, mas o esgotamento sanitário exige o ombreamento. Então esse é o grande desafio que nós temos pela frente. E pra isso, nós estabelecemos alguns objetivos estratégicos. O primeiro é a sustentabilidade hídrica do estado. Porque 70% do estado hoje está no semiárido, o que significa uma linha de pobreza extrema e a necessidade de uma atenção especial. E a oferta de água, com qualidade e potabilidade é também algo estratégico. O segundo é universalizar o abastecimento de água. Nós estamos muito próximos nas áreas urbanas, mas precisamos também adentrar a zona rural para obter essa universalização. Leia na íntegra a entrevista com o secretário Cássio