O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), comentou, durante entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, na rádio Antena 1, nesta sexta-feira (24), os episódios de tumulto e confronto registrados na Câmara Municipal de Salvador, na quinta (23), durante protestos de professores da rede municipal.
Em tom de equilíbrio, o chefe do Executivo estadual condenou tanto possíveis impedimentos ao acesso da população à Casa Legislativa quanto os atos de depredação, pedindo diálogo e respeito às instituições.
”Soube do ocorrido após o fato. Eu estava em uma agenda com o Tribunal de Justiça e recebi as imagens mais tarde. A Polícia Militar teve um comportamento exemplar, buscando conter a situação, preservar o patrimônio e acalmar os ânimos”, afirmou Jerônimo, ao comentar os vídeos que circularam mostrando o conflito.
Segundo ele, os parlamentos devem prezar cada vez mais pela transparência e garantir acesso à população. ”Se houve, de fato, a impossibilidade de adentrar na sessão, não fica bem. Da mesma forma, a violência não resolve a democracia. Não resolve, não fortalece a democracia.”, disse o governador.
Jerônimo destacou sua trajetória recente de negociação com o sindicato dos professores estaduais, a APLB, como exemplo de que o diálogo é possível. “Ficamos cinco, seis meses discutindo. Houve cobrança firme por parte do sindicato, mas conseguimos chegar a um entendimento, com reajuste aplicado e o piso garantido para os servidores. Esse é o caminho: negociar com respeito, mesmo com posições firmes”, defendeu.
O governador também criticou a politização e a disseminação de informações falsas envolvendo seu nome. ”Ouvi que diziam que fui eu quem mandou os sindicalistas para quebrar tudo. Não tem sentido. Do outro lado, disseram que eu defendi a prefeitura e o presidente da Câmara porque a PM agiu como agiu. Nenhuma dessas versões corresponde à verdade”, afirmou.
Jerônimo também comentou a presença de sua irmã, a vereadora Marta Rodrigues (PT), na delegacia após o ocorrido, enfatizando que não teve envolvimento prévio ou orientações sobre sua atuação. “Ela é minha irmã, mas também é vereadora com mandatos reconhecidos, uma professora muito equilibrada. Lamentavelmente, algum jornal colocou uma manchete, nem a tratou como vereadora, e sim como ‘irmã do governador’, o que é um desrespeito a ela como mulher e parlamentar.”
Por fim, Jerônimo defendeu o direito à greve como instrumento legítimo de luta, mas ressaltou a importância de que essas manifestações ocorram de forma pacífica. ”Precisamos esgotar as negociações e manter o respeito mútuo. É isso que sustenta a democracia”, concluiu.
