”Estou sendo acusado de assassinar emas por obesidade”, diz o ex-presidente Jair Bolsonaro

Bolsonaro ironizou denúncias contra ele. Foto: Reprodução

Em um evento realizado no sábado (11) numa igreja evangélica em Boca Raton, na Flórida (EUA), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou denúncias contra ele que vêm sendo veiculadas na imprensa nas últimas semanas.

Numa palestra de quase uma hora, Bolsonaro falou sobre a morte de emas da Presidência da República, o sumiço de moedas do espelho d’ água do Palácio da Alvorada e os gastos com o cartão corporativo. ”Agora, estou sendo acusado de assassinar emas por obesidade. Não morreram em quatro anos, mas parece que duas morreram agora. Aí, vêm para cima da gente”, disse o ex-Bolsonaro.

O caso da morte de duas emas que estavam na Granja do Torto —uma das residências oficiais da presidência ocupada até o meio de dezembro pelo ex-ministro Paulo Guedes— foi revelado na semana passada pelo UOL. O novo governo identificou que os animais morreram por excesso de gordura, pois vinham sendo alimentados com comida humana.

”Quais as acusações da mídia contra mim, contra minha esposa nesse momento? Roubaram as moedinhas do lago! R$ 2.200 em moedinhas. Foram entregues para uma instituição de caridade”, disse Bolsonaro.

No começo do mês, foi noticiado que a limpeza do espelho d’água do Palácio da Alvorada para a retirada das moedas causou a morte das carpas que ficavam no local. Segundo o governo Lula, o procedimento foi autorizado pela antiga gestão. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que doou as moedas.

‘Por que caíram do cavalo no cartão corporativo? São três cartões. Dois não ficam comigo, ficam com o GSI. O meu particular que eu podia sacar R$ 17 mil por mês, quanto eu saquei? Zero” falou Bolsonaro. O UOL identificou notas fiscais pagas com o cartão corporativo que totalizam R$ 697 mil entre agosto e novembro, durante o período de campanha eleitoral dele.

Os valores dos gastos em viagens podem ser ainda maiores porque nem todas as notas fiscais foram tornadas públicas.
A legalidade do uso do cartão para esse tipo de despesa é controversa. A lei prevê que o partido ou a coligação deve ressarcir a União em gastos de transporte pessoal do candidato e sua comitiva durante o período eleitoral, em um prazo de dez dias, mas nada fala sobre os demais gastos.

Bolsonaro também gastou recursos do cartão corporativo com os cercadinhos, até quando estava de férias. Foram pagos R$ 44.364,59 em ao menos nove cercadinhos, como ficaram conhecidos os gradis onde Bolsonaro cumprimentava apoiadores e fazia selfies com eles. *Folhapress