Maracás é o município do Vale do Jiquiriçá com o maior número de óbitos provocados pelo Coronavírus no território dividido por 20 cidades e, diariamente, tem registrado números altos de casos ativos da doença em comparação com outros municípios da região.
A Secretaria Municipal de Saúde informa ter adotado medidas de contenção contra Covid, com restrições impostas através de decretos, mas acredita que somente com a imunização da população será possível mudar o quadro. Em entrevista à TV Sudoeste / Globo, a secretária de Saúde Darlene Rosa disse que o aumento de casos se justifica pela população flutuante: ”A gente vem seguindo os decretos do estado e a secretaria juntamente com a vigilância tem realizado campanhas educativas, mas desde quando iniciou-se à pandemia, a gente tem um grande número de ativos e o maior em óbitos no Vale. A gente atribui isso a públicos diferentes na cidade, com três rodovias, aumentando a taxa de contaminação, e isso dificulta”, explicou Darlene, citando como exemplo a movimentação decorrente da instalação da mineradora que explora Vanádio em Maracás, que para ela vem contribuindo de forma significativa para a economia local, mas atraindo pessoas de outras regiões.
A vacinação contra Covid ainda é direcionada a pessoas com 45 anos, diferente de outros municípios do território, que já vacinam moradores de 30 anos. Para a secretária, o desequilíbrio na distribuição do imunizante afeta Maracás, que é prejudicada por dados desatualizados do IBGE. Um dos critérios utilizados pelo Estado são as projeções realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), que leva em conta levantamentos feitos em 2012.
Maracás tem uma estimativa da gestão municipal de 28 mil habitantes, enquanto a do IBGE é de 20 mil moradores e esses dados tem sido prejudiciais no envio de vacinas. ”A gente considera que o município tem sido prejudicado com o quantitativo de doses que tem recebido. Sobre a vacinação, a gente não tem rejeição e isso tem sobressaído no internamento. O número de internamento tem caído, mas não estamos como gostaríamos em relação ao percentual de vacinação. O cálculo da vacina que vem é com base em 20 mil habitantes e a nossa realidade é de 27, 28 mil habitantes.” relatou Darlene, que apesar de lamentar o número limitado de imunizantes comemora a boa adesão das pessoas a vacinação.
A Cidade das Flores e do Vanádio atingiu o percentual de 18% de vacinados, com 1ª e 2ª doses e, na noite de sábado (17), recebeu mais 490 doses da AstraZeneca enviadas pela Regional de Saúde, órgão vinculado à Sesab. O boletim epidemiológico desta segunda-feira (19), aponta 62 casos ativos da doença, com 73 mortes e o registro de 3.634 casos desde o início do período pandêmico.
*por Marcos Frahm