Em Amargosa, os professores da rede municipal de ensino, após paralisação de três dias, ocuparam o prédio da Prefeitura, na última quarta-feira (12/8), tendo alegado falta de diálogo por parte da prefeita Karina Silva (PSB), acusada pelos participantes da manifestação de ser recusar a receber líderes da APLB local e docentes da rede municipal. Na ocasião, Roseane Cabral, da APLB, disse que ”a classe vem desde o mês de abril (data do dissídio) tentando entrar em um acordo com a prefeita e até agora nada foi resolvido”, acusou. Embora o Piso Nacional dos Professores tenha sido reajustado em 13.01%, a negociação não teria evoluído, pois a prefeitura apresentou uma contraproposta fracionada de 3,41% retroativo a abril e mais 3,0% a partir de dezembro, abaixo dos índices inflacionários, o que representa uma redução no poder de compra dos salários dos professores, conforme denúncia da APLB. Já a prefeita, em entrevista ao Blog Marcos Frahm, rechaçou as informações e disse não ter dúvidas de que o ato teve cunho político. Segundo Karina, os professores que se manifestaram tomaram atitude precipitada ao deixar alunos sem aula e interromper o diálogo que vinha sendo estabelecido com a Prefeitura. Para ela, ”o movimento desrespeitou o diálogo estabelecido e acordos firmados em ata durante recente reunião com a presença de representantes da Direção Estadual da APLB Sindicato. Disse que nunca se negou a dialogar com os professores por entender a importância dos profissionais da educação para a construção de uma sociedade cada vez melhor. ”Eles desrespeitaram o acordo que está registrado em ata, quando a própria APLB ofereceria um técnico para que os cálculos fossem feitos de maneira conjunta e eles não aguardaram essa reunião para que os cálculos fossem feitos. Nós estamos conversando desde antes do São João com a APLB local e não houve em nenhum momento falta de diálogo da nossa parte. Infelizmente, o movimento tomou um caminho político partidário. Quanto a merenda escolar, que eles também questionam, a gente oferece uma merenda de qualidade, oferecemos todas as condições de trabalho e temos como provar isso. Amargosa trabalha com transparência, paga acima do piso que é estabelecido por Lei. O índice de reajuste que é oferecido pela prefeitura de Amargosa é de 6,41% e não 3,21%, como foi divulgado na mídia pelos manifestantes. Nós reajustamos em 2013 no mesmo percentual do governo, em 2014 do mesmo jeito e, por tanto, a gente sabe que o movimento tomou um rumo político. Pagamos R$ 2.075,00 (dois mil e setenta e cinco reais) e esse valor precisa ser reconhecido. Nós queríamos ter condições financeiras de pagar mais, só que infelizmente, não temos esse poder de pagar além do que pagamos, principalmente agora, nesse período de crise que o país enfrenta. Amargosa trabalha com muita seriedade, principalmente na educação. Reformamos as escolas, mantemos as escolas em boas condições e não é correto ir para a imprensa divulgar o que não condiz com a realidade”, rebate.
Karina ressalta que a administração local respeita o percentual de 60% estabelecido pelo Fundeb para a remuneração do magistério e aplica mais dos que os 25% definidos pela Lei para investimentos em educação com recursos próprios. Afirma ainda que a gestão municipal não economiza esforços para desenvolver políticas de estímulo à capacitação profissional. Revela que, na sua gestão, cerca de 120 docentes passam por aperfeiçoamento e como incentivo promoveu no ano passado, por exemplo, a antecipação do 13º salário aos educadores e que todo esse esforço precisa ser reconhecido. A gestora concluiu afirmando que Prefeitura publicou nota e encaminhou a imprensa ”rebatendo as mentiras e esclarecendo a verdade”. ”Nós publicamos o acordo que ficou firmado em ata, e que foi assinado direção da APLB, inclusive com a presença de diretores da APLB estadual. Nós já participamos da oitava reunião com a APLB local e volto a dizer: nunca faltamos ao diálogo”.