Adolescente agredido por Polícia Militar no Micareta de Feira de Santana passa por dificuldades na fala e de locomoção

Um adolescente de 17 anos foi agredido por policiais com golpes de cassetete na cabeça, durante o Micareta de Feira de Santana, no dia 21 de abril deste ano. De acordo com o advogado Mateus Santos Nogueira ao site Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, o jovem enfrenta dificuldades na fala e locomoção, mesmo estando em casa.

Segundo o advogado, a família está se preparando para tomar providências legais quanto ao caso, reunindo provas junto às autoridades policiais. A Corregedoria ainda não foi acionada, pois não foram encontradas câmeras de segurança no local onde o adolescente saiu, que era a área de saída dos trios. A evolução do estado de saúde do jovem e seu relato serão de extrema importância para a confirmação dos fatos.O menor foi ouvido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e já conversou com uma psicóloga. Provas estão sendo coletadas por sua família para dar continuidade ao procedimento.

”Ele não pode ser ouvido pela autoridade policial civil, porque ele é vítima e hoje a lei fala que ele não pode ser ouvido pela Polícia Civil. Se ele fosse acusado de alguma coisa ele teria que ser ouvido pela autoridade policial competente, mas ele já foi ouvido por uma psicóloga e agora vamos estar colhendo provas com ele e com a família para finalizar esse procedimento”, ressaltou o advogado.

Ainda de acordo com o advogado, o adolescente lembra da situação, mesmo que tenha sido intubado,  tenha corrido risco de vida e apresente dificuldades. Ele também precisa de um acompanhamento constante de outra pessoa para se locomover.

‘Ele precisa de cuidados especializados, a locomoção dele esta muito precária, ele não tem como andar, só anda acompanhado de outra pessoa. Além disso, sua fala está lenta, embora ele esteja consciente”, disse.

A família do menor tem enfrentado dificuldades financeiras, já que ele trabalhava e ganhava cerca de um salário e meio, ajudando dentro de casa. Ainda segundo o advogado, ele viajava com uma pessoa que ”era como se fosse o pai dele, um cara que ajudou muito ele”. Agora, a família precisa de transporte para levar o jovem para fisioterapia no hospital, e pede ajuda do Estado.

O advogado busca entrar em contato com um pedido de indenização para auxiliar a família no tratamento. “Além de ajudar nas condições da família, porque a casa dele é de andar, então a locomoção fica complicada. Tem também a questão do deslocamento e da alimentação, que os médicos já falaram, então vamos ver tudo isso na Justiça”, finalizou.