líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), admitiu nesta sexta-feira (29), a responsabilidade do governo estadual no combate à onda de violência que assola a Bahia, mas fez ressalvas quanto à letalidade policial quando afirmou que”não é polícia para executa”e sim, ”para defender a população”.
”A polícia tem que ser dura, mas dentro da regra. Não é polícia para executar. Para matar. É polícia para defender a população. Se tiver um conflito aberto, evidentemente que, prefiro que tome [tiro] um marginal do que um pai de família que trabalha na Polícia Militar ou na Polícia Civil”, afirmou Wagner em entrevista à rádio Metrópole.
LEIA TAMBÉM
- Bahia mantém liderança no ranking de mortes violentas em 2022
- Reunião entre MP, SSP e SJDH discute estratégias para redução de letalidade policial na Bahia
O senador ainda destacou que a responsabilidade pela segurança pública “não é só do executivo”, citando casos em que criminosos são presos pelas forças policiais, mas soltos em pouco tempo pela justiça.
Wagner usou como exemplo o caso do ”Barão das Armas”, responsável pela compra de fuzis para uma facção criminosa, além de crimes como roubo a banco, explosão de carro-forte e homicídio, e que foi solto dez dias após ser preso na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
”Você imagina como é que isso desestimula o policial? Tá comprovado que o cara é o comprador de fuzil, que tudo é ilegal”’, afirmou Wagner ao citar que é necessário discutir temas como esses com a justiça.
PACTO PELA VIDA
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), anunciou, nesta sexta-feira (29), que a proposta da nova implantação do programa Pacto pela Vida, deve ser efetivada no mês de outubro. O programa implantado pela primeira vez em 2011, pelo então governador Jaques Wagner, visa reduzir a violência e a criminalidade na Bahia e é uma adaptação ao modelo criado pelo falecido ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
LEIA TAMBÉM
Ainda durante entrevista à rádio Metrópole, Wagner comentou que teve conversas com o governador sobre o programa.”Falei com Jerônimo e ele me disse: ”stou retomando isso [o Pacto pela Vida]. Está tendo o apoio do governo Federal que mandou para cá muito equipamentos.” Mas não é problema só de equipamento, é uma sistemática que tem que se criar” afirmou o senador.