A Associação dos Magistrados da Bahia (Amab) emitiu uma nota de solidariedade a juíza Luiza Elizabeth de Sena Sales Maia, da Vara Criminal de Irecê, no centro-norte baiano, envolvida em uma discussão com o promotor de Justiça da região, Rildo Mendes. A associação, no nota, afirma que “lamenta todo e qualquer comportamento que comprometa a relação institucional entre magistratura e Ministério Público”. “Ataques pessoais ao magistrado, que nenhuma relação possuem com a discussão da causa, se distanciam dos propósitos democráticos do Ministério Público e representa ataque à própria sociedade”, diz o texto. A discussão entre a juíza e o promotor aconteceu no dia 17 de março, durante uma sessão do Tribunal do Júri. De acordo com o blog do Sigi Vilares, a juíza ficou ofendida com as declarações do promotor, que teria dito ser filho da região, que tinha muitos amigos e da satisfação de participar de mais um júri popular. Ao ler a senteça, segundo o promotor, a juíza falou para os jurados e as pessoas que estavam presentes que não era filha da região, e sim de Recife, em Pernambuco, que não tinha amigos na cidade, e as coisas se resolviam “na caneta”. Segundo o relato, o dedo em riste, a magistrada disse que já havia aberto representações contra o promotor na Corregedoria do Ministério Público da Bahia (MP-BA), mas que eram sempre arquivadas, pois o MP é “corporativista”. A discussão interrompeu o júri por mais de 40 minutos. A juíza ainda acionou a delegada e viaturas da Polícia Militar para conduzir todos para prestarem esclarecimentos na Delegacia Regional. Na época, o promotor afirmou que a magistrada agia de forma constrangedora, com ameaças até de prisão, e que abriria uma representação contra Luiza Elizabeth até no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para apurar supostos atos abusivos. Nota do Bahia Notícias
