O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu dar prosseguimento às investigações sobre o suposto envolvimento do presidente do PSDB, o senador Aécio Neves, no esquema de corrupção delatado pelo senador cassado Delcídio Amaral e investigado na Operação Lava Jato. O senador tucano é acusado pela Procuradoria Geral da República (PGR) de praticar os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, supostamente por ter recebido vantagens de empresa contratada pela estatal Furnas Centrais Elétricas. Os recursos ilícitos seriam branqueados por meio de pessoas jurídicas ligadas à irmã do senador, bem como pelo envio a contas no exterior, por meio de doleiros. No despacho, Gilmar Mendes responde às críticas que recebeu do procurador geral da República Rodrigo Janot por ele ter pedido a suspensão das diligências. Janot alegou que é competência da Procuradoria a conveniência de dar ou não prosseguimento à investigação. Segundo o ministro, esse fato, contudo, ”não torna a investigação uma propriedade do Ministério Público e da polícia, imune a interferência judicial”. Gilmar Mendes afirmou, ainda, que seu despacho anterior ”limitou-se a dar a oportunidade ao MP de se manifestar sobre questões relevantes” no processo, conforme divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.