A presidente Dilma Rousseff deve enviar ao Congresso, nos próximos dias, uma proposta de emenda constitucional que determina novas eleições no próximo dia 2 de outubro. Segundo informações do jornal O Globo, a ideia é defendida por um grupo de senadores e é vista como a cartada final pelo grupo em torno da petista. Ainda segundo O Globo, ministros próximos a Dilma, como Jaques Wagner (Gabinete Pessoal) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), já concordam com a proposta, mas a presidente ainda deseja a aprovação dos movimentos sociais, que resistem a um novo pleito. Para esses grupos, uma nova eleição enfraqueceria a tese de que o impeachment é golpe. Neste contexto, chegaram ao núcleo do vice-presidente Michel Temer rumores de que Dilma faria, na próxima sexta, um pronunciamento em rádio e TV, lançando a proposta de eleição direta, no qual ela renunciaria ao cargo e pediria a Temer a mesma atitude. Ao Globo, o peemedebista deixou claro que não aceitará a proposta. ”Seria fugir da responsabilidade. Essa, sim, é uma proposta golpista”, afirmou Temer na semana passada, quando essa hipótese começou a circular. Integrante do grupo que defende a antecipação das eleições presidenciais, o senador Paulo Paim (PT-RS), apontou duas pré-condições para a proposta vingar: a renúncia de ambos e a pressão da população sobre o Congresso. ”Diria que no PT cresce o apoio, porque eu e os senadores Jorge Viana (PT-AC) e Lindbergh Farias (PT-RJ) estamos apoiando. As pesquisas dizem que a população quer novas eleições. Se isso tudo for verdadeiro, que deixemos o povo eleger presidente e vice numa grande concertação”.