Operadoras aproveitaram bloqueio do aplicativo Whatsapp para causa própria

WhatsApp foi bloqueado neste mês
WhatsApp foi bloqueado neste mês pela Justiça. Foto: Divulgação
As operadoras de telefonia não tiveram culpa pelo bloqueio do WhatsApp no país, mas usaram a decisão judicial em causa própria na disputa que elas travam contra o aplicativo. Logo após o recebimento da notificação que determinava o bloqueio, na quarta-feira (16/12), o Sinditelebrasil, associação que representa o setor, divulgou um comunicado no qual dizia que as teles tinham decidido cumprir a decisão judicial. Em fevereiro, a Justiça no Piauí também havia exigido o bloqueio do aplicativo, mas, naquele momento, as teles recorreram imediatamente e individualmente.Desta vez, a Oi foi a única a admitir publicamente que tinha recorrido para que não houvesse o bloqueio do WhatsApp. A empresa não concorda em punir terceiros por problemas com a Justiça, além de prejudicar seus clientes que usam o aplicativo. Do lado oposto, ficou a Vivo, controlada pela espanhola Telefónica. A operadora não cogitou contestar o pedido judicial. A empresa trava uma guerra com os aplicativos. A matriz da operadora já deixou claro o interesse em investir nesse ramo de negócio para competir com o WhatsApp e outros aplicativos do gênero. TIM e Claro têm parcerias com o WhatsApp, que pode ser usado pelos clientes sem custos adicionais dependendo dos planos de cada um. Ambas as operadoras disseram ter cogitado entrar com recurso na Justiça contra o bloqueio, mas, na prática, esperaram que isso acontecesse pelas mãos de terceiros. São amigáveis com os aplicativos, mas também têm pontos de atrito. A surpresa nesse episódio partiu de José Félix, presidente no Brasil da América Móvil, que controla a Claro, em entrevista ao ”Teletime”. Embora o executivo tenha achado o pedido de bloqueio um “exagero”, Félix disse ao informativo especializado que o WhatsApp estaria deliberadamente buscando outras “portas de acesso” para furar o bloqueio, uma estratégia que, segundo o executivo, “é típico de sites criminosos, de pirataria, pedofilia”.
Fonte: Folha de São Paulo