Após delação bombástica de Delcídio, MP discute investigar Dilma e Lula na Lava Jato

Dilma é citada em delação premiada. Roberto Stuckert Filho
Dilma é citada em delação premiada. Roberto Stuckert Filho

Depois da bomba política lançada pelos depoimentos de delação premiada do senador Delcídio do Amaral, investigadores da Operação Lava Jato estudam abrir investigações contra a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente Lula. Os dois foram citados pelo ex-líder do governo no Senado como responsáveis por atuar para alterar os rumos das investigações da Lava Jato. Segundo Delcídio, partiu de Lula a orientação para que ele oferecesse dinheiro à família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró em troca do silêncio do ex-dirigente e da tentativa de que o executivo não fechasse um acordo de delação premiada. As revelações de Delcídio sobre o petista reforçam, na avaliação do Ministério Público, que havia uma organização criminosa estruturada entre PT e PMDB. Em outra possível frente de investigação, o MP quer detalhes do operador do mensalão Marcos Valério Fernando de Souza, condenado a 37 anos de prisão no escândalo político de formação da base aliada do primeiro mandato de Lula. Ele deve ser ouvido pelos investigadores para confirmar ou não se partiu do petista a orientação para que fosse paga uma suposta dívida milionária exigida por Valério. Segundo Delcídio, o governo do ex-presidente Lula atuou para comprar o silêncio de Marcos Valério e o próprio petista e seu filho, Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, teriam integrado um acordão para não figurarem no relatório final da CPI dos Correios, que investigou o esquema do mensalão. ”Delcídio tem conhecimento das tratativas ilícitas para a retirada do relatório, na madrugada de 05/04/2006, dos nomes do então presidente Lula e de seu filho Fábio Luís Lula da Silva em um ‘acordão’ com a oposição”, disse trecho da delação premiada. Informações da Veja