Sem espaço num eventual Governo Jerônimo, Zé Cocá teria musculatura para se reeleger prefeito de Jequié?

Zé Ccá e um futuro político de grandes desafios. Foto: Rede social

O que reelege um prefeito? Responder a essa pergunta talvez nos faça entender como será o futuro político do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), caso Jerônimo Rodrigues (PT), que venceu o primeiro turno e inclusive foi o mais votado sem o apoio do gestor na Cidade Sol, venha a ser o novo governador da Bahia. Inegavelmente, Cocá vem fazendo um mandato elogiado pela maioria dos munícipes, com diversas obras públicas e a execução de um arrojado programa de urbanização que ele diz ser bancado com recursos próprios do município e por emendas parlamentares dos deputados federais que o apóiam, Leur Lomanto Jr (UB) e Cacá Leão (PP), este derrotado como candidato a senador na chapa liderada pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB). Isso pode aumentar a probabilidade de reeleição de Zé Cocá, já que o município de 166 mil habitantes ficou 16 anos mergulhado em administrações públicas que não  acrescentaram ao seu crescimento socioeconômico.

Cocá mostrou, recentemente, uma grande habilidade e poder de articulação quando, navegando contrário às fortes águas do Palácio de Ondina, elegeu o seu secretário de Governo, Hassan Iossef (PP), obtendo votação em 283 municípios baianos, o que mostrou, também, que a força de Zé extrapola os limites dos territórios Médio Rio das Contas e Vale do Jiquiriçá.

Com o segundo turno das eleições findando e novos governos estadual e federal prestes a assumir, o chefe do Executivo de Jequié poderá enfrentar uma mudança de cenários no campo político e terá que saber dialogar com o que virá e, ainda, com as presenças dos deputados estaduais Euclides Fernandes (PT), reeleito para o 5º mandato, e Patrick Lopes (Avante), ex-prefeito de Jitaúna, no seu calcanhar. Os parlamentares são apadrinhados pelo governador Rui Costa (PT), que mesmo enfrentando a evacuação de apoiadores que seguiram Zé, que optou pela aliança com ACM, sob forte influência do vice-governador e deputado federal eleito João Leão (PP), saiu das urnas jequieenses fortalecido e também teve o reconhecimento do eleitoral local pelos investimentos em importantes obras que representaram demandas antigas não atendidas pelos antecessores, com o seu candidato, Jerônimo (PT), conquistando 41.765 sufrágios, (48,83%) dos votos válidos, superando ACM Neto (UB): 32.105 votos (37,54%), João Roma (PL): 11.235 votos (13,14%) Kleber Rosa (PSOL): 366 votos (0,43%) e Giovani Damico (PCB): 49 votos (0,06%).

O que se pode antever, até agora, é que Cocá já tem um gigantesco mérito de ter conseguido fazer Jequié avançar. Há, perceptivelmente, um sentimento de progresso e de desenvolvimento tomando conta das ruas do município e isso é registrado nos elevados índices de aprovação do prefeito, que tem mais dois anos à frente dos destinos da terra do sol e com planejamento de ações e projetos que, ainda, não foram apresentados à população, conforme o mandatário enfatiza em seus discursos. Se trabalho for o que os eleitores esperam de um gestor municipal, o caminho para a reeleição de Zé será algo absolutamente natural, mas com algumas dificuldades não esperadas. Ele terá que conviver, caso Jerônimo seja eleito, sem as benesses que o cargo de presidente da União dos Municípios da Bahia lhe oferece e com a restrição de cesso aos órgãos estaduais, ambientes que por muito tempo foram favoráveis à sua projeção.

*Blog Marcos Frahm