Secretaria de Segurança investiga crimes de racismo contra apresentadoras da TVE

TVE cobra apuração de crime. Foto: Jorge Cordeiro/SSP
Após a publicação de um vídeo com cunho preconceituoso utilizando imagens da transmissão do Carnaval de 2017 da TV Educativa da Bahia (TVE), o orgão se reuniu com a  Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), nesta última quarta-feira (08), para pedir urgência na investigação do crime de racismo. O postado na rede social YouTube, intitulado de “Criaturas estranhas no Carnaval” contém discursos de intolerância  religiosa e racismo. Da reunião participaram ainda a Secretaria de Promoção da Igualdade Fabya Reis e artistas e produtores culturais atingidos.  A emissora realizou a maior cobertura da festa com mais de 65 horas ao vivo com destaque para o Carnaval Ouro Negro, blocos de samba, afoxe e afros. O conteúdo é ofensivo com artistas, blocos, apresentadoras da TV, sendo todas as pessoas negras. A televisão pública baiana é parceira da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial na Década Internacional Afrodescendente (2015-2024) promovendo a visibilidade da população negra. A TVE tem tradição na exibição de conteúdos que valorizam a história e a presença do povo negro na Bahia. ”Infelizmente a mídia no Brasil muitas vezes reforça o racismo mas a TVE e a Rádio Educadora combatem essa realidade diariamente. Isso é crime e as autoridades competentes devem agir e os envolvidos ser punidos conforme a lei”, afirmou Flávio Gonçalves, diretor geral do Instituto de Radio Difusão Educativa da Bahia, órgão responsável pela gestão da TVE. O carnaval da Bahia é fundamental para reafirmar a importância da população negra para cultura e a história do país. ”Continuaremos exibindo o verdadeiro carnaval do estado e conteúdos com recorte racial como Novembro Negro e a Faixa Negra da Rádio Educadora FM. Combateremos o preconceito com informação”, pontuou Gonçalves. A SSP determinou a instauração de procedimento, para apurar a veiculação de dois vídeos com conteúdos ofensivos. O orgão já teve acesso aos vídeos, que também devem ser analisados pelo Departamento de Polícia Técnica. Iniciada pelo Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), a investigação conta com o apoio do Grupo Especializado de Repressão aos Crimes por Meios Eletrônicos. O secretário da SSP, Maurício Barbosa, garantiu que o caso será apurado com celeridade e lembrou que, com o acesso às redes sociais, os episódios de intolerância se propagam em grande velocidade. ”Em razão disso, as respostas precisam ser dadas de forma rápida, para que os criminosos não acreditem que ficarão impunes atrás de um computador”, ressaltou o Secretário.