Reafirmando desejo de ser deputado, Patrick coloca o bloco na rua e Cocá terá pepino para descascar

Patrick Lopes levou caravana para Lafaiete Coutinho. Foto: Rede social

Eufórico após recente reunião no Palácio de Ondina com direito a café da manhã com o governador Rui Costa (PT), o prefeito Patrick Lopes (PP), de Jitaúna, no Médio Rio de Contas,  que não esconde o desejo de ocupar o protagonismo regional do grupo liderado pelo ex-deputado, atual presidente da União dos Municípios da Bahia e prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), colocou o bloco na rua, neste domingo (20), ao participar do evento alusivo ao aniversário de 60 anos de emancipação do Município de Lafaiete Coutinho, no Vale do Jiquiriçá.

Recepcionado pelo prefeito João Freitas (PP), outro afilhado político de Cocá, Patrick desembarcou na cidade acompanhado do vice-prefeito Marcelo Pecorelli (PP) e com eles uma verdadeira caravana de Jitaúna, composta por correligionários vestindo verde e gritando ”Ele vem aí”.

Patrick era convidado esperado no evento, que contava com a presença de Cocá e do secretário de Governo da Prefeitura de Jequié, Hassan Iosseff (PODE), outro virtual candidato a estadual do grupo. Contudo, não imaginava-se que Lopes chegasse metendo o pé na jaca.

Nos bastidores, a especulação antiga é de que Zé teria maior simpatia pelo nome de Hassan, reiterada no entrosamento de ambos, desde quando Hassan assumiu interinamente o cargo de prefeito de Jequié, em setembro de 2020, quando o então prefeito Sérgio da Gameleira (PSB), de quem Iosseff era vice, foi afastado pela Justiça e o gestor interino chegou a acatar indicações de Zé para montar o novo secretariado num período de pré-campanha.

A relação de Patrick com Zé também é antiga. Inclusive, foi Patrick quem peitou o prefeito de Itagi, Olival Andrade (DEM), que teria se manifestado contrário a candidatura de Zé à presidência do Consórcio Intermunicipal do Médio Rio das Contas, em janeiro de 2021, e Cocá saiu vitorioso do processo. É sabido que esse imbróglio entre Hassan e Patrick se deve ao silêncio do próprio Cocá, que não quer o esfacelamento de um grupo que já perdeu o ex-prefeito de Jaguaquara, Giuliano Martinelli (PP) – outro que também almejava ser o candidato – e ainda não declarou publicamente quem será o representante.

Cocá não terá missão fácil com a disputa entre o prefeito de Jitaúna e o seu secretário. O pepino para Zé descascar será grande e se tiver caminho livre, terá que decidir o quanto antes, isso se o governador não resolver mexer de vez no tabuleiro e o convocar para um café, que não deve ser doce.

*por Marcos Frahm