Professores da Uefs paralisam atividades e não descartam greve, caso Estado não não negocie

Professores paralisam na Uefs. Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

Os professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) paralisaram as atividades nesta quarta-feira (27) para cobrar do governo do estado a retomada da pauta de negociações com a categoria. Fazem parte da mobilização também as demais universidades estaduais da Bahia (Uesc, Uneb e Uesb). Juntos, os trabalhadores vão participar de um ato em Salvador, na tarde de hoje, na Avenida Piedade.

Em entrevista ao site Acorda Cidade, o professor Elson Moura, que é diretor da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs), explicou que o objetivo é pressionar o governo do estado, uma vez que as negociações sobre as perdas salariais e investimentos para a universidade estão paradas.

”O objetivo específico desse momento é a gente conseguir pressionando o governo, para que ele nos receba e dê continuidade à nossa pauta de negociação. Essa pauta é resultado de uma greve, um acordo, e a mesa de negociação foi suspensa de forma unilateral pelo governo. No período mais recente, em dezembro, protocolamos uma pauta atualizada e até hoje não conseguimos uma reunião para discuti-la. Temos muita enrolação nesse processo e o governo não nos recebe”, explicou o representante.

Ele destacou que a questão do orçamento para as universidades é uma pauta histórica do movimento docente, construída junto com o movimento estudantil e com as reitorias, que é o repasse de 7% da receita líquida de impostos para as universidades.

”Temos também a pauta dos direitos, que são garantidos, como promoção, progressão na carreira, e não estão sendo fruídos, por um conjunto de manobras do governo. E o elemento que estamos colocando como central no momento é a reposição das perdas salariais dos últimos tempos. Para se ter uma ideia, hoje, para repor tudo o que foi perdido em todo esse período do governo de Rui Costa, é necessário algo próximo de 42% de reajuste. Então essa é uma questão central para o movimento hoje, a questão salarial. Nós temos uma perda histórica, sem precedentes, e precisamos recuperar isso, que implica no poder de compra dos professores. O governo passou todo esse período sem fazer a reposição inflacionária. Fez nesse último ano, ao que parece, numa tática eleitoreira, uma reposição de 4%, que não dá conta nem da inflação do ano passado que foi de 10%”, informou Elson Moura. O diretor da Adufs avaliou ainda que existe a possibilidade de uma nova greve nas universidades, caso as negociações não avancem este ano.