Procuradora diz que guardião da Constituição deu ”dolorido” golpe na alma do Brasil

Procuradora da República Thaméa Danelon. Foto: Reprodução

A procuradora da República Thaméa Danelon, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, disse que o Supremo ‘tem sido extremamente benevolente com criminosos ricos e poderosos’. Em sua conta no Twitter, depois que a Corte máxima deu salvo-conduto ao ex-presidente Lula, livrando-o, pelo menos até o dia 4 de abril, de uma eventual ordem de prisão, Thaméa Danelon escreveu. “Hoje o Brasil tomou um forte e dolorido golpe no rosto e na alma, do Guardião da Constituição”. Ela apontou diretamente para a sessão do Supremo, na quinta-feira, 22, que aliviou a situação para Lula, condenado em segundo grau judicial – pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) -, a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá. Em fevereiro de 2016, o Supremo já havia decidido que condenado por segundo grau judicial pode ter a pena executada. É o caso de Lula. Mas, na quinta, os ministros da Corte blindaram o ex-presidente, impedindo que ele seja preso até julgamento do pedido de habeas corpus preventivo, marcado para depois da Páscoa – a defesa pede que o petista fique em liberdade até que se esgotem todos os recursos, ou seja, até o trânsito em julgado da sentença do triplex. “Quatro anos de Lava Jato. Excelentes avanços. Sessão do STF 22/03/18, grande retrocesso”, postou Thaméa Danelon. Na avaliação da procuradora, o Supremo ‘tem sido extremamente benevolente com criminosos ricos e poderosos’. “Para o STF, não importa o partido ou ideologia político partidária. Basta ser rico, ou poderoso, que será tratado com benevolência; não por todos os Ministros, mas pelas Ministras e pela maioria daqueles”. Também no Twitter, Diogo Ringenberg, do Ministério Público de Contas de Santa Catarina, escreveu. “A atual composição do STF entrará para a história como aquela que fez sucumbir a instituição”. Para Ringenberg, o órgão de cúpula do Poder Judiciário ‘deu lugar a uma massa institucional disforme, despersonificada, que se demitiu de suas funções para assumir a proteção ao crime praticado por alguns’.