Processo de cassação do mandato de Cunha deve ser retomado nesta segunda-feira

Eduardo Cunha tem mandato ameaçado. Foto: Agência Câmara
Eduardo Cunha tem mandato ameaçado. Foto: Agência Câmara
O processo de cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deve ser retomado nesta segunda-feira (8/7), para quando está marcada a leitura do pedido de cassação – duas sessões após esta formalidade, ele passa a ser item prioritário da pauta. Isso não significa, porém, que o processo será concluído imediatamente. Cabe ao presidente decidir o dia em que ocorrerá a votação, e Rodrigo Maia garantiu apenas que será antes das eleições municipais, no dia 2 de outubro. ”Vamos organizar isso de modo que eu dê a data e não volte atrás. Leitura na segunda e, a partir daí, a questão está pronta para o plenário. Vamos organizar a data em que o plenário esteja cheio. Com certeza, será antes da eleição, disso eu não tenho dúvida”, afirmou. Maia já havia adiantado que a Câmara não bateria o martelo sobre o caso de Cunha enquanto não finalizasse a tramitação do projeto que renegocia as dívidas dos Estados. Sem acordo na última terça, a proposta deverá ser votada também nesta segunda. ”O texto [do projeto referente à renegociação das dívidas] está ficando bom. Na segunda-feira a gente vota esse negócio, com certeza”, afirmou o deputado.
ACORDO – Maia negou ter participado de um acordo com o Palácio do Planalto para que o futuro de Cunha só seja decidido após a votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, marcado previamente para o dia 29 deste mês. Pelo menos um ministro próximo ao presidente interino, Michel Temer, trabalha para que o Congresso conclua o processo da petista antes de decidir se cassa ou não o mandato de Cunha. O argumento é que, caso a ordem seja invertida, corre o risco de Cunha retaliar o governo, com declarações comprometedoras contra o presidente, o que pode resultar em mais votos contrários ao afastamento definitivo de Dilma. Perguntado se tem conhecimento dessa articulação, o presidente da Câmara declarou: ”Comigo não há acordo nenhum”.