Presidente do PT que Lídice começa a extrapolar em ataques a Rui por causa da chapa

Presidente do PT baiano, Everaldo Anunciação. Foto: Divulgação

A senadora Lídice da Mata (PSB) e seus fiéis escudeiros no partido Domingos Leonelli e Marcelo Nilo podem estar esticando a corda para além do razoável ao persistirem atacando a articulação política do governador Rui Costa (PT) por causa da exclusão dela da chapa com que o petista vai disputar a reeleição. A avaliação é do comando do PT, para o qual o nível de desgaste entre os partidos da base que a estratégia da socialista vem provocando pode se tornar difícil de superar, inclusive, depois da eleição, em outubro. “Eu compreendo este momento de luta, de esforço, mas acho que o método usado, de buscar este debate na imprensa, é lamentável. Nós nunca fizemos isso. Aliás, o PT nunca quis que a decisão (de escolha dos membros da chapa) fosse monocrática, para o que não contou com o apoio nem do PSB nem do PCdoB”, disse Everaldo Anunciação, presidente estadual do PT, ao site Política Livre. Ele lembrou que, enquanto o PT defendeu que a escolha dos companheiros de chapa do governo fosse coletiva, precedida de um debate no Conselho Político, PSB e PCdoB  argumentaram que a escolha fosse exclusiva do governador. “São contradições”, completou o petista, observando que os ataques de Lídice não repercutem apenas sobre a articulação política do governador e o PT, mas contra um aliado importante, como o PSD, do senador Otto Alencar, trazendo, inevitavelmente, problemas de relacionamento futuros para a base. Apesar de não ter usado em nenhum momento o termo “ingratidão” para se referir à postura do partido de Lídice, Everaldo fez questão de lembrar que o PT abriu mão de um candidato ao Senado na chapa em 2010, ano em que ela se elegeu, para a política do PSB sem cobrar nada em troca. “Se você resgatar aí o processo de articulação para a chapa de 2010, verá que havia o plano de indicar Lídice e César Borges ao Senado, um da esquerda e outro de centro. Na última hora, Borges desistiu e o PT abriu mão de fazer a indicação”, disse Everaldo, completando que o petista Walter Pinheiro ocupou, então, a vaga de candidato a senador no lugar de Borges. Ele também lembrou que, em 2014, Lídice tomou a decisão de ser candidata ao governo do Estado quando Rui Costa tinha apenas 2% das intenções de voto e precisava de apoio. Segundo ele, se Lídice combinou a candidatura com o então governador Jaques Wagner, sob o argumento de que era importante para manter o PSB na base do governo, não fez o mesmo com o PT. “Nem por isso, ficamos rancorosos com ela”, afirmou.