Prefeitura de Jequié paga parte do 13º; prefeito diz que manifestações tiveram cunho político

Servidores protestaram nas ruas de Jequié. Foto: Divulgação/SINSERV

A Prefeitura de Jequié, que enfrentou protestos na retal final do ano de 2019, pelo atraso no pagamento do 13º salário dos servidores efetuou, na segunda-feira (30/12), o pagamento da primeira parcela do décimo e a segunda parcela será paga no dia (28) de janeiro, conforme anunciado pela gestão do prefeito Sérgio da Gameleira. Na última semana, servidores públicos municipais saíram as ruas da Cidade Sol em forma de protesto contra o prefeito, pelo atraso no pagamento do décimo. Os manifestantes, liderados pelo SINSERV, APLB e Sind-ACS/ACE fizeram velório simbólico do gestor, em frente ao prédio da Prefeitura e utilizaram a logomarca da empresa Gameleira, fábrica de biscoitos de propriedade da família de Sérgio.

Ao conceder entrevistas a emissoras de rádio da cidade, o prefeito alegou dificuldades econômicas enfrentadas pela gestão, em razão de débitos previdenciários herdados de gestões anteriores, citando outras prefeituras da região com problemas para fechar as contas de 2019 e com atraso de proventos dos servidores, classificado as manifestações em Jequié como atos de cunho político.”Tivemos descontos, parcelamentos de Embasa, de INSS e nós conseguimos segurar isso até 2018, mantendo as contas em dia, porém, em 2019 não. Utilizamos recursos do precatório para complementar a folha de pagamento”, justificou.

Sérgio alfinetou professores que participaram das manifestações, revelando que os mesmos recebem supersalários: ”Não existe uma disputa direta dos servidores com a gestão, por trás disso existe uma manifestação política dos três sindicatos. Ao longo dos últimos 12, 15 anos, sindicados viviam pressionando e os governos cedendo, o que não poderia. Em Jequié, a gente experimenta a questão dos supersalários. Eu tenho um levantamento em que, no Estado, o professor de 40 horas recebe em média R$ 08 mil reais e em Jequié recebe de R$ 13 a R$ 14 mil. Um professor de 20 horas pelo Estado recebe R$ 3 mil e poucos reais e em Jequié o salário é de R$ 06 mil em média. Isso dificulta a manutenção de uma estrutura dessas e nós não vamos ceder à pressão. A empresa que fez a auditoria da folha do Estado foi à mesma que fez a nossa, tudo monitorado pelo Ministério Público, pelos sindicatos e você não ver manifestação contra o governo do Estado. A partir do momento que nós detectamos as inconsistências a nossa ação era atuar, e nós atuamos. Isso é perseguição”, bradou Sérgio, que teria determinado a suspensão da gratificação/regência, dos professores, através de Decreto Municipal nº 20.091.

O prefeito disse ainda que irá tomar as medidas cabíveis, prometendo ir à Justiça contra servidores que usaram a logomarca da empresa Gameleira nas manifestações do último final de semana. ”Não sou contrário a manifestação e, o sindicato, a categoria, tem direito de se manifestar. Agora, sou contra a forma como estão se manifestando, utilizando a marca da empresa da minha família, de forma jocosa, irresponsável. A Gameleira tem mais de 60 anos gerando empregos na cidade e merece respeito. Os líderes sindicais vão responder por isso, da mesma forma que o administrador de grupo de WhatsApp responde”, disparou.

Quanto ao pagamento do 13º salário, a diretora da APLB, professora Caroline Moraes, se manifestou nesta terça-feira (31), informando que os servidores receberam o equivalente a 43% do total que será complementado no fim de janeiro de 2020, conforme reprogramação de pagamento anunciada pela prefeitura. A líder sindical usou as redes sociais para aplicar críticas a gestão.