Prefeito de Jaguarari pede paz ao retornar pela 3ª vez ao cargo: quiseram destruir a cidade

Prefeito de Everton Carvalho Rocha (PSDB). Foto: Reprodução

Ao que parece, a cidade de Jaguarari, enfim, terá uma gestão municipal contínua nos próximos dias. O prefeito eleito Everton Rocha (PSDB) foi reconduzido ao cargo pela terceira vez este ano. Em entrevista ao BNews, o tucano contou suas preocupações com a paralisação dos serviços públicos e principalmente com a população – a mais afetada com a instabilidade política que tomou conta do município durante todo o ano de 2018. Segundo Rocha, desde o início da gestão, vereadores foram contrários à sua vitória e em menos de um mês do início do mandato, os edis aprovaram na Câmara Municipal a primeira denúncia contra o prefeito. “Desde o primeiro momento que um grupo político quis me afastar por não me aceitarem dizendo que eu era forasteiro. Eles se juntaram e 10 vereadores disseram que iriam me cassar”, contou. Segundo ele, não há motivos para as denúncias. Ainda de acordo com Rocha, os vereadores, comandado pelo vice-prefeito Fabrício D’Agostinho, realizavam reuniões para orquestrarem a derrubada do prefeito. “Os vereadores e o vice realizavam reuniões semanais e nenhuma era para discutir os problemas da população. Elas eram somente para derrubar o prefeito. São cinco, seis pessoas que estão destruindo a cidade”, reforçou. O prefeito ainda lamentou a postura de seu vice, que o acompanhou durante toda a campanha que resultou na vitória nas urnas. “A intenção dele sempre foi ser prefeito. Mas, eu acreditava que era uma pessoa comprometida com o município. Infelizmente fez tudo isso. Nessa situação da troca de cadeiras quem perde é o município, é o povo”. O prefeito já recebeu o apoio do presidente do Legislativo municipal, Márcio Gomes, que já retirou a denúncia oferecida pela Casa, por acreditar que a situação no município “está insustentável”. “Eu tenho chamado a atenção dos vereadores de que a eleição acabou. É aceitar a decisão do povo. Daqui a quatro anos a população vai tomar a decisão novamente. Mas, a Câmara já chegou ao entendimento de que todas as ações tomadas por ela só atrasaram o município. O presidente já recuou e mais seis vereadores, pois perceberam que agora é preciso paz, para pensar no crescimento da nossa cidade”, argumentou.

Denúncias

O prefeito Everton Carvalho Rocha (PSDB) foi cassado três vezes somente este ano. Uma das cassações aconteceu em 21 de fevereiro, quando por 12 votos a 1 a Câmara de Vereadores confirmou uma denúncia de pagamento indevido de transporte. Depois, no dia 4 de junho, os vereadores da cidade aprovaram por 10 a 3 o afastamento do gestor. Dessa vez, em um processo que o acusa de atrasar a entrega da Lei Orçamentária Anual de 2017. Everton Rocha é acusado ainda de fraudes no São João de 2017 pelo Ministério Público do Estado (MP-BA).Com Rocha afastado, o vice-prefeito Fabrício de Santana D’Agostino (DEM) assumiu o comando da gestão no dia 3 de abril, após segunda cassação do ex-aliado. Em outubro, o Tribunal de Justiça da Bahia, através de decisão do presidente, o desembargador Gesivaldo Britto, suspendeu a liminar que afastou o prefeito de Jaguarari, e com isso o político voltou ao cargo. Fabrício de Santana D’Agostinho também está sendo investigado por supostas irregularidades em seus seis meses de gestão neste ano.  O procurador-geral de Jaguarari, Alan Abbehusem, na ata da transição anterior, no dia 09/11, relatou diversas irregularidades constatadas: “foram analisados contratos administrativos, processos de licitação, processos de dispensa de licitação, aditivos contratuais, liquidações, processos de pagamentos, situação da estrutura operacional da Prefeitura Municipal e demais órgãos municipais, a situação é estarrecedora, preocupante e impõe medidas administrativas e judiciais urgentes. Foram encontradas situações que dão indícios de fragmentações de licitações, dispensas de licitações sem nenhum respaldo legal, fraudes em licitações, aumento de valores contratuais acima do permitido pela Lei Federal n° 8.666/1993, gastos excessivos que sinalizam desvio de dinheiro público e atos de corrupção, não comprovação de prestação de serviços ou fornecimento de materiais; ausência de processo administrativo no setor competente; documentos estes que causam perplexidade sobre a forma como eram conduzidos e operacionalizados na Prefeitura Municipal de Jaguarari, Estado da Bahia, entre os meses de abril a outubro de 2018”.