Polícia Federal diz ter indícios concretos de mentiras em gastos eleitorais de laranjas do PSL

PF mira endereços ligados ao ministro do Turismo. Foto: Estadão

Segundo a Polícia Federal em Minas Gerais, já há indícios concretos de que candidatas laranjas do PSL mentiram na prestação de contas da campanha. A PF realizou ontem a primeira operação em endereços associados ao PSL de Minas Gerais e ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

As investigações começaram em fevereiro, quando a Folha de S.Paulo revelou que o hoje ministro do Turismo comandou um esquema de candidatas laranjas em MG durante as eleições, quando comandava o partido no estado. O caso já levou à queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.

A PF aponta que o partido quebrou a regra que obriga o repasse de 30% do fundo partidário para candidaturas de mulheres, transferindo isso para terceiros ou candidatos homens. O custo médio de um candidato eleito é de cerca de R$ 10 por voto, mas essas candidatas, de acordo com o cálculo da PF, gastaram até R$300 por voto.

Foram ouvidas cerca de 40 pessoas até agora, e o material apreendido hoje, que inclui documentos e mídias digitais, passa para a perícia. Tudo indica que foram vendidos serviços de impressão e pesquisa à essas candidatas que nunca teriam sido prestados. Segundo o delegado Marinho Rezende, responsável pela investigação, ”Os indícios são fortes que ou a gráfica não produziu nada ou produziu para outros candidatos”.