O desembarque do Bahia foi tenso no aeroporto de Salvador após goleada histórica em Recife

Efetivo da PM acompanhou o desembarque. Foto: Ulisses Gama / BN

A tarde desta quinta-feira foi de tensão no aeroporto de Salvador. Após sofrer uma goleada diante do Sport, o Bahia desembarcou na capital baiana sob clima de tensão. Cerca de 100 torcedores do Bahia compareceram no local para fazer cobranças aos jogadores por conta do revés mais elástico do clube desde 2003, quando levou sete do Cruzeiro e caiu para a Segunda Divisão.

Com chegada prevista às 13h55, o clube já contava com reforço na segurança bem antes da chegada da delegação. Ciente da possibilidade dos protestos, a diretoria acionou os agentes do clube, que fizeram uma parceria com a Polícia Militar para conter qualquer tipo de exaltação. O efetivo contou, inclusive, com a presença do tenente-coronel Elbert Vinhático, comandante do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe).

Os torcedores foram chegando aos poucos, em grupos, para poder protestar. A movimentação foi crescendo, gerando tensão até para turistas que não sabiam o que estavam acontecendo. Com tudo isso, se formou uma grande aglomeração no saguão.

O clima pesou ainda mais quando o elenco tricolor desembarcou. Por medida de segurança, a PM foi até os torcedores para conversar e na sequência se direcionou para a equipe que voltava de Recife. Eles aguardaram cerca de 15 minutos até o momento de passar pelo corredor de críticas, xingamentos e até ameaças.

Foi oferecida para a delegação a possibilidade de saída pelo terminal de cargas, mas foi negada. A maioria do grupo estava com os seus carros estacionados no aeroporto.

Isso fez com que cada jogador seguisse para um lado diferente na saída do desembarque. Torcedores cobraram com maior veemência o atacante Vitor Jacaré, o zagueiro Raul Gustavo, o lateral-esquerdo Matheus Bahia o técnico Renato Paiva e o diretor de futebol, Cadu Santoro. Jacaré e Raul aparentavam maior nervosismo. Eles chegaram a responder algumas abordagens na mesma altura.

Se alguns jogadores ouviram broncas, outros conseguiram ”se salvar”. Foi o caso do lateral-direito André, que voltou recentemente da Seleção Brasileira sub-20. Torcedores falaram com o atleta em tom de lamentação pela fase. Lucas Mugni sequer estava uniformizado como os demais companheiros. Acompanhado da mulher e do filho, o argentino passou batido pelos adeptos, mas não pela reportagem do BN.  Com todos os membros do Bahia de saída, a torcida logo dispersou e a rotina do aeroporto retomou a sua normalidade.